Estamos ligados pelo sangue que corre

Desde quando começamos

Bom, esse é o último post desse ano cheio de sucessos que foi 2009. Como eu disse nuns posts anteriores, 2009 foi cheio de altos e baixos, mas hoje posso dizer que foram muito mais "altos", graças a Deus. Foi um dos melhores anos que eu tive, e um dos caras que eu mais ouvi foi o Jack Johnson - numa média por cima de 2 CDs por dia em novembro e dezembro. Ele me ajudou a segurar a barra em momentos difíceis e fez minha alegria multiplicar em horas boas. Em praticamente todas as viagens ele esteve presente, sempre me traz sensações muito boas e lembra pessoas queridas. Como ganhei o último CD dele de natal, o "Sleep Through the Static" (2008) trouxe essa canção sensacional pra encerrar o ano. Segue a letra:




Go On
(Johnson)

In my rear view
I watch you
watching the twilight
Behind the telephone lines
With nothing to prove
or to assume
Just thinking if your thoughts
are different than mine

In my rear view
I watch you
I gave you your life
but you give me mine
I see you slowly swim away
Cause the light is leaving town
To a place that I can't be
There's no apologies

Just go on
Just go on
There's still so many things
I wanna to say to you
But go on
Just go on
We're bound by blood that's moving
from the moment that we start
from the moment that we start

I see your perfect little eyes
Watch the shadows of the clouds
On the surface of the ocean
Out the window of a plane
I get nervous when I fly
I'm used to walking with my feet
Turbulence is like a sigh
that I can't help but over think

What is the purpose of my life
If it doesn't have to do
With learning to let it go
Live vicariously through you
You could do the same
It's the least you could do
Because it's a lonely little chain
If you don't add to it

So go on
Just go on
There's still so many things
I wanna say to you
But Go on
Just go on
We're bound by blood and love
From the moment that we start

Just go on
Just go on
There's still so many things
I wanna say to you
Just go on
Just go on
We're bound by blood that's moving
From the moment that we start
From the moment that we start

Vamos à andança...

Falando a verdade eu não gostei deste CD logo de cara. Nas primeiras vezes que o ouvi, muitos meses atrás, achei ele um tanto devagar e reflexivo. Gostei de 2 ou 3 músicas no máximo. Nem reparei na Go On. Tempos depois me apaixonei pela Angel e pela If I Had Eyes e de uns tempos pra cá percebi que eu, na verdade, estava despreparado para ouvi-lo. Assim como cresci bastante nesse ano, Jack Johnson também cresceu desde seu último (e maravilhoso) CD de 2005, o "In Beetwen Dreams". O álbum é reflexivo sim, mas é também maduro e bonito de ouvir. Cada música na voz do surfista soa quase como um sonho, e essa Go On traz uma parte de instrumentação extremamente viajante, algo que acontece com algumas músicas mais B-Sides do Jack. Por exemplo, senti a mesma viagem incrível quando ouvi uma canção dele chamada Drink the Water de seu primeiro trabalho ("Brushfire Fairytales") e também numa outra, Mediocre Bad Guys, (do "On And On"). O potencial de viagem dessas músicas é indescritível. Aqui, a Go On tem um ritmo marcante e suave dividido entre violão e piano, e começa com versos calmos e precisos. A segunda estrofe serve bem ao propósito desse post: "Na minha retrospectiva, eu vejo você. Eu te dei sua vida, mas você me deu a minha" e então aqui em voz ainda mais suave (se é que é possível) e fina ele continua: "Eu vejo você nadando lentamente pra longe, pois as luzes estão deixando a cidade, indo pra um lugar em que eu não posso estar, não há desculpas". Agora entra o refrão que me é tão querido: "Apenas continue, apenas continue. Ainda há tantas coisas que eu quero te dizer, mas continue, apenas continue. Nós estamos ligados pelo sangue que corre, desde o momento que começamos". Não é sensacional? Eu quase choro ouvindo isso. Depois ele recita alguns versos na mesma voz suave, mas agora com ajuda dos seus backings emocionantes. Depois de mais repetições (pra minha alegria) desse refrão incrível onde ele troca o verso principal para: "estamos ligados por sangue e amor..." vem então a parte que mais me fez escrever esse post - o solinho/instrumentação no final:

Esse solinho é tranquilo, delirante, ele sobe e desce e leva minha mente pelos altos e baixos do que já passou esse ano e me deixa bem satisfeito. Em vão ele me faz tentar também descobrir o que está por vir, mas como isso não me diz respeito eu fico só imaginando... A batida da bateria conduz o ritmo e a guitarra vai e volta, com suas notas alongadas e unidas. Ela reforça o que ele disse antes e resume o motivo de 2009 ter sido tão bom: "Não há lamentações". Se não for assim não tem graça, e eu agradeço à Deus por isso. Na verdade há uma lamentação sim, que é descrita no outro verso:

"Ainda há tantas coisas que eu quero te dizer..."

Mas isso fica pra 2010. Feliz Ano Novo à todos ;)

Nunca ouviu?

Apenas continue e dê o play. Escute:

Comentários

Vagno Fernandes disse…
É isso aí Brother, Go On, rs! Bela resenha, um dia desses ainda pego o CD desse cara pra escutar melhor.
Alê Araújo disse…
Olha que mundo pequeno hein Fê... tava num blog (ouro do bisouro, pegando alguma coisas do eddie cochran) eis que vejo lá: blogs de música, (músicas de andarilho) rsrs na hora sabia que era vc!! parabéns pelo blog, ta lindão... por falar nissom já tem Eddie Cochran?? vou olhar... bjoss
Alê