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Terra Celta celebra as diferenças em show impecável

Banda se apresentou no Sesc Belenzinho, em São Paulo, dia 19/01/2018


Terra Celta no Palco do Sesc Belenzinho. Foto: Felipe Andarilho


Que época, essa nossa, para se estar vivo.

Você e eu que estamos aqui de pé em pleno 2018 podemos nos gabar de que presenciamos o auge da humanidade e todas as suas vastas possibilidades.

E a banda Terra Celta subiu ao palco do Sesc Belenzinho para deixar isso bem claro.

Afinal, em que outra época da história você, apreciador da cultura medieval, poderia ver um grupo musical tocando com maestria um tipo de canção que você só conseguia ver em filmes? E ainda por cima em português.

Sou fã do cenário medieval desde garoto. Pirava em filmes e livros sobre essa época. Cresci lendo Tolkien, T. H. White e Bernard Cornwell. Encontrava nessas histórias coisas que esse mundo já não tinha: honra, coragem, amor sincero e brigas de espada.

Era bom estar em contato com tudo que fosse medieval. Mas quase sempre minha fonte de informação ficava limitada ao mundo literário ou cinematográfico.

Em termos musicais, minha sede medieval era saciada basicamente com a trilha sonora de jogos como Zelda e Chrono Trigger. Quando conheci a banda espanhola, Mago de Oz, a coisa melhorou um pouco. Mas era só. Eu não tinha onde buscar novas sonoridades nem quem me apresentasse canções do tipo.

Pensar que hoje posso contar com bandas brasileiras à distância de um clique e fazendo aquele som que me transporta para os cenários mais bonitos da Escócia e Inglaterra me faz repetir com gosto: que boa época para se estar vivo essa em que o mundo ficou mais próximo e acessível.

Conheci a Terra Celta há mais ou menos 1 ano enquanto pesquisava sobre Hidromel na internet. Caí num site que comentou sobre um show deles, bastante elogiado, por sinal. Não demorei a procurá-los no Deezer.



Não é preciso dizer que foi amor à primeira ouvida.

A partir daí tentei ir em seus shows algumas vezes. Com a agenda lotada, a banda de Londrina não vem para São Paulo com tanta frequência, mas consegui finalmente encontrá-los na última sexta-feira.

A comedoria do Sesc Belenzinho estava lotada. Famílias inteiras vieram curtir o som e, a julgar pela quantidade de gente dançando em todo o salão, é fácil supor que aproveitaram bastante a noite.

Não foi por menos.

Logo nas primeiros segundos o grupo ofereceu uma incrível canção instrumental. O som era pesado e viajante. Nas mãos dos integrantes da banda, instrumentos clássicos do Rock como guitarra e baixo se mesclavam com outros de época como violino e viola de roda (suponho, posso estar enganado). O grupo ainda viria a usar flauta, bandolim e até mesmo gaita de fole em outras canções, dando um show de versatilidade e talento.

Outra das habilidades da banda está no carisma. Cada músico passou a maior parte do tempo sorrindo, apreciando o que fazia e, simplesmente, feliz por estar ali, em outra cidade, com a casa cheia e animada. Glória essa que, infelizmente, poucas bandas independentes alcançam.

Mas não há som que levante o público se não houver uma boa energia por parte da banda, em especial de seu frontman. Por sorte, esse papel é encarnado por um cara extremamente simpático, que não cansava de agradecer ao público pela presença e aos astros pela oportunidade. Sua voz também combina bastante com o estilo musical, declamando poesias rápidas e certeiras.

Terra Celta fazendo o público pirar com suas canções medievais abrasileiradas. Foto: Felipe Andarilho

E é aí que está outra pérola da banda.

Escondida em sua poesia que usa, vez ou outra, sotaque caipira, está a habilidade de falar sobre diferenças e fazer críticas de forma inteligente e bem humorada.

É em canções como Quadrado e O Porco que você percebe como poderíamos ser mais felizes simplesmente respeitando o espaço do outro. Como eles dizem em Arrigo's History, que conta a história de um brasileiro simplório que vai para a Escócia: "aqui tem um homi usando saia e uns carro na contra-mão".

Com Terra Celta a lição que fica é essa: o mundo é assim, feito de diferenças. Podemos escolher implicar com elas ou podemos aprender com elas.

O show foi inteiro impecável, mas faço questão de destacar ainda alguns pontos como a execução da canção Gaia (o clipe dela é sensacional, confere aí embaixo) em que o grupo faz um importante alerta para a preservação do ambiente. Impossível ouvir e não refletir sobre como a humanidade pode ser grandiosa e, ao mesmo tempo, tão pequena e mesquinha.



Outro ponto espetacular foi uma homenagem repentina à Dolores O'Riordan, dos Cramberries, encontrada morta no último dia 15. Em meio a um trecho instrumental, a banda emendou o refrão de Zombie. Simplesmente arrepiante.

No final, para fechar a noite com ainda mais surpresas especiais, o grupo pediu que o público abrisse uma roda e desceu do palco para tocar ali. Ficaram então circulando e tocando seus instrumentos com o público vibrando em volta, numa viagem medieval surreal.

Faço questão de destacar também a sempre excelente administração do Sesc. Sou fã do clube e vários dos meus shows preferidos foram em alguma de suas unidades. O espaço do Belenzinho é sensacional, amplo e agradável. Haviam ali idosos, crianças e até bebês com seus pais curtindo a noite, convivendo felizes com quem era mais fã da banda e estava em pé cantando e dançando.

Nada menos condizente para um show de uma banda que preza pelas diferenças, respeito e apreciação da vida em todos os detalhes ;)

Fernando Noronha, Um Mestre na Minha Casa

Já imaginou como seria receber um dos artistas que você mais admira na sua casa? Veja aqui como o Fernando Noronha, um dos maiores músicos do Brasil, foi parar na minha casa


Esse cartaz que você vê acima se refere à um show que não existiu.

Pelo menos não oficialmente.

Se fosse gravado e lançado, seria um bootleg, um daqueles discos extra-oficiais (forma polida de dizer "pirata"). Mas seria o melhor de todos os bootlegs, pelo menos na minha opinião e, tenho certeza, na das outras 14 pessoas que estavam na Lil' Wilson's Hall.

Wilsinho, o Lil' Wilson e dono do Hall, é meu primo e o show, acredite você ou não, foi na casa dele.

Essa é mais uma daqueles peculiares histórias que acontecem na minha vida e que, aos poucos, eu vou juntando e colocando em livros.

Vamos à ela então.

Há exatos 10 anos conheci o som do Fernando Noronha & Black Soul. Foi com o disco Bring It que levou a outro, depois a outro. Tenho quase todos os álbuns dos caras e, se não tenho algum é por que nunca encontrei pra comprar. São poucos os artistas que conheço que me fizeram chegar nesse ponto de fazer questão de acompanhar tudo que eles constroem. É o caso de nomes como Beatles, Red Hot Chili Peppers e Jack Johnson e a admiração que tenho por esse pessoal é a mesma que tenho pelo Noronha e sua Black Soul. Sem exagero.

(Se você leu Heróis e Anônimos sabe do que estou falando. Se não leu dá uma olhada nesse link para conhecer a obra ;)

Passei esses 10 anos acompanhando a carreira do Fernando Noronha & Black Soul, um grupo de blues lá do sul do Brasil. Os caras eram discretos, mas sempre muito atarefados. Percorriam o mundo levando blues do bom para os quatro cantos. Eu sorria cada vez que ficava sabendo que Noronha e sua trupe estavam na Europa, na Austrália, nos EUA, enfim, qualquer lugar em que houvesse gente afim de ouvir música de qualidade.

Fernando Noronha no evento de junho. Foto: Felipe Andarilho
E eu aguardava, é claro, o grande momento em que eles estariam em São Paulo.

Não é surpresa para ninguém que nosso país não valoriza a cultura. Com exceção do Carnaval e de grande shows patrocinados por empresas midiáticas, pouco espaço sobra para os milhares de artistas que fazem um trabalho sério em diversas áreas.

Em suma, quem curte música do naipe do blues e do jazz por aqui tem que garimpar bem e ir atrás de festivais pouco divulgados em grandes cidades ou bares que resistem aos tempos e mantém uma programação decente.

Assim, esperei alguns anos até finalmente ter a oportunidade de ver Fernando Noronha & Black Soul em São Paulo. Na ocasião o evento tomou lugar no Sesc Ipiranga e aconteceu em 2011. Você pode ter uma ideia de como foi aquela noite nesse texto.

O show do Sesc foi bom, mas nem de longe suficiente. Impossibilitado de ficar em pé ou de consumir cerveja tive que me conter na poltrona para curtir a rápida 1 hora e pouco de show em que o grupo mandou dezenas de canções excelentes, as principais de seu então recém-lançado disco, o excepcional Meet Yourself.



Passaram-se então mais 6 anos até que eu vi no Facebook algo que me chamou atenção.

Fernando Noronha estava em uma viagem pela terra do Blues, o sul dos EUA. Excursionando com seu colega de banda, o tecladista Luciano Leães, a dupla tocou em diversos bares clássicos e visitou cidades lendárias de onde saíram grandes mestres do blues, alguns dos quais hoje seriam esquecidos, não fosse pelo esforço de caras com o próprio Noronha que fazem questão de manter a antiga magia viva.

Noronha pedia no Face, como muitos artistas hoje fazem, um patrocínio para transformar a viagem em documentário. No estilo crowdfunding a campanha prometia algumas recompensas para quem colaborasse com o projeto.

Foi então que vi que a maior das recompensas incluía além do DVD do documentário e alguns outros mimos, um Pocket Show do próprio Noronha.

Seria verdade aquilo? Por um tempo duvidei, mas depois percebi que a coisa era séria. Se você colaborasse com R$1.000 um dos melhores guitarristas do mundo, líder de uma das melhores bandas do Brasil faria um show para você e seus amigos.

O valor era alto, mas nem de longe caro diante da oportunidade que se apresentava. Chamei meu primo, Renato, velho parceiro de aventuras e amante incondicional do bom e velho blues para ver o que ele achava da empreitada.

Estávamos num bar, levemente alegres, quando ele disse o que eu já imaginava:

- É o Fernando Noronha. Vamos nessa!



Assim, fechamos o patrocínio. R$500 para cada era ainda mais fácil de cobrir. Pode ainda parecer caro, mas quando sabemos que é o mesmo valor para um dia de Rock In Rio ou Lollapalooza e que, nestes eventos, você vai conferir show de grandes bandas a pelo menos 1 quilômetro do palco e pagando 10 reais numa lata de Budweiser, o preço está até que bem barato.

Ainda mais quando se trata de um cara que você admira e tem consideração. Bandas do Rock In Rio são, sem dúvida, muito boas. Elas me fazem sacudir a cabeça. Fernando Noronha me faz sentir alegria em viver.

Trata-se de um cara que é bom no que faz e o que ele faz é justamente te colocar para cima quando você o ouve. Um cara que consegue, por meio de um virtuosismo impressionante com a guitarra, transmitir a mais pura graça da vida.

Pois então estava tudo certo.

Fechamos o patrocínio.

E aí começaram as questões logísticas.

Afinal, Noronha é do Rio Grande do Sul e o show seria em São Paulo. Foi preciso encontrar um dia na agenda do músico em que ele estivesse na região para que seu Pocket Show permanecesse financeiramente viável. Surgiu a opção de fazer o evento no dia 25 de junho. Era um dia após um festival de blues em Ilhabela, então já tínhamos o principal, Noronha na área.

Wilsinho, o dono do Hall e Noronha. Foto: Felipe Andarilho
Era preciso então encontrar um lugar, convidar o pessoal e, como eu viria a descobrir depois, correr atrás de uma estrutura minimamente necessária para o evento e também providenciar o transporte do artista. Normalmente essas questões costumam ser um pé no saco. Sei disso porque trabalho com Marketing e, em 10 anos de carreira, nunca vi alguém dizer que o evento saiu 100% conforme planejado e sem stress. O diabo mora nos detalhes e um evento é cheio deles. Aprendi algumas manhas na profissão, mas ainda assim não consigo evitar todas as surpresas.

Mas, já diziam os Beatles, quando se tem amigos a gente consegue as coisas. Meu primo ofereceu sua casa, ou melhor, o salão do seu prédio. Eu tinha um amplificador velhinho, meu primo tinha outro. Um amigo conseguiu um microfone. Outro teve a gentileza de emprestar um pedestal. Fui buscar o mestre em Guarulhos. Cada um levou sua cerveja e, voilá, nosso evento estava pronto.

Se por um minuto senti um mínimo daquele nervoso frio na barriga que aflige qualquer coitado que esteja em cargo de organizar qualquer evento, isso logo se revelou mais uma suave brincadeira da vida quando o show efetivamente começou.

Foram dezenas de pérolas do blues. Hábil músico Fernando usava um pedal de gravação para fazer o som de duas guitarras. Com uma fazia a base, com outra solava como quem nasceu para aquilo. A voz tipicamente grave harmonizava em perfeição com o ritmo envolvente de saloom que o cara fazia. Era difícil assistir e acreditar que toda aquela massa sonora vinha de um cara só. Mas era assim. Como ele fazia? Não sei e nem ouso tentar entender.

Em meio à vários clássicos, algumas da própria carreira. Blues From Hell foi uma delas. Também saíram Changes, Blues for the World e, um dos pontos altos da noite, Ain't no Angel na qual meu primo e eu cantamos como fizemos em poucos shows da vida. Faltaram várias, sim. Mas nada que prejudicasse as mais de 2 horas de apresentação.

(Essa é uma que fez falta:)



Mais à frente, quando vi o Fernando Noronha mandando um som incrível com aquele meu velho amplificador e toda a pequena estrutura que conseguimos, tenho que admitir que fiquei emocionado. O cara estava ali, afinal. Na nossa casa. Tocando um blues para os nossos amigos.

E o melhor de tudo: ele era um dos nossos amigos.

Dono de um hábito que só os melhores bluesman têm, Noronha gosta da prosa. Assim como eu vi B.B. King e Buddy Guy fazendo, lá estava nosso mestre em sua inata humildade, trocando uma ideia. Simplesmente falando. Conversando sobre como descobriu tal canção. Sobre quem era a lenda humana que ninguém conhecia, mas que tinha escrito aquela pérola que ele tinha acabado de tocar.

A cada canção ele falava um pouco. Nos dava pequenas lições de música e a grande lição de que um gênio nunca para de estudar. Noronha é reconhecidamente um dos maiores músicos do Brasil e, mesmo assim, age com uma fome voraz de conhecimento. Está sempre indo atrás de sonoridades, assistindo documentários e, enfim, vendo o mundo por meio da música.

Seu documentário Highway 61: From Chicago to New Orleans é prova disso. Lá estava um cara que curtia música fazendo nada menos que pesquisar, curtir e tocar. Em breve poderemos conferir como foi a viagem pelo berço do blues, afinal, com a ajuda de outros entusiastas como eu e meu primo, Noronha conseguiu atingir a meta de financiamento do filme.

Fico feliz em ter feito uma pequena parte nessa contribuição, mas minha recompensa foi muito maior do que eu esperava.

- É sempre bom o fã distinguir o artista da obra - disse Noronha naquela noite no Lil Wilson's Hall.

Eu concordo.

Mas é muito bom perceber que o cara de quem você é fã pela obra é também um puta de um cara gente boa.

Obrigado Fernando Noronha.

Que venham mais e melhores blues para todos ;)

E para provar que essa história toda é real, esta aí a foto. Eu (esq), meu primo Renato (dir) e o grande Fernando Noronha. Foto: Alexandra Alzate

Agradecimentos especiais à Alexandra Alzate, Clarice Savastano, Wilson Soares, Renato Perazza, Tales Gremen e Luci Lazzaris pela força na organização desse pequeno-mega evento.

Glenn Hughes, o Sr. Simpatia, arrebenta em São Paulo

Ex-baixista e vocalista do Deep Purple leva seu Hard Rock para São Paulo.

O Deep Purple é uma das bandas que mais trocou de integrantes ao longo da longeva e respeitosa vida. Isso pode soar negativo quando consideramos que parte do respeito conquistado por uma banda é a sua capacidade de manter seus membros unidos e entrosados. Apesar dessa coesão raras vezes ter sido alcançada pelo Purple a banda, por outro lado, pode se gabar de ter tido o maior número de músicos talentosos numa mesma banda.

Glenn Hughes no Carioca Club. Foto: Felipe Andarilho / Divulgação

[SOUNTRACK] Amadeus

Um filme digno de uma figura sobre-humana como Mozart

Logo que terminei de assistir Amadeus pela segunda vez na vida, comentei com minha esposa como era interessante pensar que o filme havia sido feito em 1984, ou seja, mais de 30 anos atrás. Por se tratar de um filme de época e ter sido produzido e dirigido com extrema qualidade, Amadeus tornou-se um filme eterno, livre das amarras que poderia torná-lo um filme datado.

Passaram-se 30 anos, mas podem passar mais 300... Amadeus será sempre um filme excelente, incrível, emocionante, impecável.

Poster de Amadeus. Foto: Reprodução

Revolução

Vivemos dias de guerra. Mas contra as pessoas erradas.

Não se fala em outro assunto. O Brasil está mais interessante do que a série House of Cards sobre os bastidores do poder na Casa Branca. Seria cômico se não fosse trágico. São tantas manobras, recursos, operações e surpresas que cada dia traz uma nova bomba para as manchetes. Sou um cara relativamente jovem, mas não posso dizer que testemunhei um momento tão delicado para a política brasileira quanto este.

E percebendo a máquina de agressões e julgamentos que se tornam as redes sociais nessas épocas (eleições de 2014 que o diga, que nojo daqueles dias), percebo uma importância em abordar o tema da política e das manifestações populares no nosso País. Corro o risco, como sempre, de ser agredido verbalmente por algum militante virtual, mas quer saber? Que se dane.

Beatles em 1968, ano da Revolução! Foto: Divulgação

O Rock está morrendo e o Roqueiro está assistindo

O que podemos fazer para salvar o maior gênero musical da história


Neil Young disse em uma de suas icônicas canções: "O Rock and Roll nunca vai morrer". Talvez ele estivesse sendo otimista demais ou apenas se referindo ao Rock como uma forma de arte que, como a própria música em si, será de fato imortal por todo seu legado, bandas e canções que fizeram história. Mas falando em termos de Rock and Roll como indústria e produção musical, atualmente acredito mais no Lenny Kravtiz que disse: "Rock and Roll está morto".

Você seria capaz de ser amado?

Amor que muda o mundo

Há quem venha ao mundo e viva cem anos. Há quem venha e fique alguns meses - ou dias. A ninguém cabe entender os designeos do destino, mas o que é certo é que, cada um que por aqui passa, muda completamente o mundo de algumas pessoas. Há ainda aquelas pessoas de grande luz, cuja centrelha é capaz de mudar o mundo todo de alguma forma específica, e pelo curto tempo em que brilharam, se tornam ainda mais especiais. No meio musical isso aconteceu várias vezes. É o caso do mestre do Reggae, Bob Marley, cuja obra e influência permanecem vivas e fortes até hoje. Essa canção é do disco "Uprising", de 1980. Segue a letra:


Querem Meu Sangue

Então vão ter muito trabalho

Março vai quase acabando com as águas que fecham o verão e apresentam o outono eu quase não postei aqui. A vida está difícil mas nem por isso eu vou desistir de escrever, principalmente porque março é o mês de aniversário do blog. Dessa vez completamos 5 anos de viagens e, para celebrar, aqui vai uma música que tem muito a ver com a superação de obstáculos e dificuldades, como a de encontrar tempo para escrever, por exemplo. É do Cidade Negra e está presente no disco "Sobre Todas As Forças", de 1994. Segue a letra:


[NA ESTRADA] País Tropical

Férias no melhor lugar do mundo: em casa

É, amigos... Minha passagem por minha terra natal chegou ao fim. Cá estou novamente do outro lado do mundo, na terra dos Cangurus, de arbustos e desestros. De coração partido - metade ficou com a família e amigos - sigo renovado para encarar mais um semestre de trabalho, aprendizado e viagens por essas terras. As férias em casa foram as melhores que tive na vida e por isso o texto de hoje faz uma homenagem à minha casa tão abençoada. Não podia ser com outra canção que não essa do Jorge Ben, lançada em 1969 no disco que lva o nome do músico. Segue a letra:


Uma imagem de Jesus

Encontre o Amor em qualquer lugar

Chegou mais um Natal! Por incrível que pareça foi ainda mais rápido que o do ano passado. Acho que o tempo está passando com mais força de vontade a cada ano. Parece que algum deus gigante espacial está usando a Terra como bola de basquete, fazendo-a rodar em seu dedo indicador com grande velocidade. Nosso planeta está indo tão rápido que daqui a pouco teremos que comemorar o carnaval, a festa junina e o Natal na mesma semana. Sem falar no Ano novo caindo na véspera da Proclamação da Independência, o que nos fará economizar dinheiro com um feriado maior em vez de dois menores. Não vou me assustar quando o Dia do Trabalho for apenas alguns dias antes do Finados - o que faz todo sentido, diga-se de passagem - afinal trabalhamos tanto que não é surpresa morrermos tão rápido. Brincadeiras à parte, chegamos à mais um Natal musical e, como de costume, quero oferecer aos meus amigos leitores uma canção sobre um dos nossos heróis do Rock and Roll mais antigo e inspirador: Jesus Cristo. Essa canção é de Ben Harper, presente no disco "Diamonds on the Inside", lançado em 2003. Segue a letra:


Não há amor no coração da cidade

Vamos mudar um pouco esse panorama

Faz tanto tempo que não viajo com algumas bandas que chego até a me sentir um intruso ao ouvir seus álbuns novamente. Mas como amor de Rock é igual amor de mãe, não há distância ou tempo que possa diminuir qualquer carinho ou apreço por uma banda. E basta ouvir um disco novamente para saber que, como o bom e velho amigo há muito tempo longe, nada mudou nessa relação. É o que aconteceu agora entre eu e Whitesnake. Essa canção é das primeiras que me fez admirar a banda, parte do seu disco de 1978, "Snakebite". Segue a letra:


Novo dia

Viva as mudanças e o ritmo da vida

Mesmo a cara vida na Austrália não foi suficiente para remover a minha tola mania de comprar CDs. Tal mania se revela ainda mais incoerente quando leva-se em conta que não tenho um aparelho de som aqui. Com esperança de algum dia poder escutar meus álbuns decentemente - e não pelo player de um notebook, por favor - minha coleção continua, aos poucos, aumentando. E para fazer jus ao país em que vivo agora, fiz questão de adquirir um disco do Midnight Oil, uma das minhas bandas australianas preferidas. Quando ouvi a canção abaixo, soube que tinha feito uma boa aquisição. O disco chama-se "Earth and Sun and Moon" e saiu em 1993. Segue a letra:


Uma Ajuda

Obrigado por existir

Engraçado como tem pessoas que nos são caras. Tive e ainda tenho bons professores e mestres nessa vida e eles me ensinaram a enxergar cada pessoa como um presente precioso de Deus. Eles me mostraram que cada ser humano é um milagre e maior milagre que esse só o fato de dividirmos momentos todos os dias com essas jóias raras que andam, respiram e interagem conosco. Embora eu tente com toda força do meu coração seguir esse ensinamento da imparcialidade, não posso deixar de assumir que algumas pessoas se destacam quando passam pela minha vida. Em homenagem à essas figuras, viajaremos num som do O Rappa, do disco "Rapa Mundi" (1996). Esse CD já tocou tanto no meu player que agora o Windows acha que é um Anti-Vírus e o coloca pra tocar periodicamente. Por mim, melhor. Não há vírus que sobreviva com tanta música boa. Segue a letra:


[LANÇAMENTO] Eagle-Eye Cherry's Can't Get Enough

Sem pressa, sem alarde, um Mestre continua na estrada

Já fazia tempo que o Eagle-Eye Cherry estava devendo um novo disco. Apesar de excepcional, a discografia do cara é relativamente curta. Tendo iniciado a carreira em 1998 com o esplendoroso "Desireless", Cherry lançou apenas mais dois álbuns nos quase quatorze anos seguintes. Tudo bem, o cara é sossegado e não precisa de dinheiro, mas nós, fãs de seu estilo viajante e tranquilo de música, estávamos mais do que carentes de novas canções. Pois a espera foi compensada com um ótimo disco, lançado no final de 2012. Essa canção faz parte desse novo trabalho, entitulado "Can't Get Enough". Segue a letra:


À Noite

Chegamos ao fim de mais um ano com muita música boa

Como de costume, pra registrar nos anais do blog, no final de cada período eu escolho uma música de uma das bandas que me foram mais caras no ano. Em 2012 a disputa foi árdua, visto a quantidade de bandas incríveis que conheci, além das bandas de cabeceira que continuaram tocando alto no meu player. Mas no fundo, no fundo, eu já sabia que falaria da nossa querida banda carioca, O Rappa. O grupo foi, sem dúvida, o que mais escutei nesse ano sensacional que muitos acreditavam que fosse o último. Graças ao bom Deus Salvador não foi e muitos anos ainda virão trazendo boa música e muitas viagens. Essa em questão faz parte do primeiro disco da banda, auto-intitulado, lançado em 1994. Segue a letra:


O Pirata

Viagem andarilha por um mundo antigo e novo

Ano passado quando estava se aproximando o dia 11/11/11 muitas pessoas começaram a falar do poder místico por trás da data. Esse ano, a polêmica ficou agendada para 21/12/12, mais precisamente, ante-ontem. Diferente do ano anterior, agora o fatídico dia poderia ser o "fim do mundo". Algumas pessoas, entretanto, acreditam que o tal "fim do mundo" de 2012 seria, na verdade, uma transformação energética do nosso planeta. Caso seja verdade, não custa então começar esse novo ciclo com o pé direito, ouvindo uma das melhores bandas da história. Essa faz parte do sexto disco do Led Zeppelin, o ótimo "Physical Graffiti", de 1975. Segue a letra:


Permita que o amor invada sua casa, coração

Um mantra musical à ser recitado toda hora

Cidade Negra é uma daquelas bandas que nunca prestei atenção. Costumava tocar nas rádios quando eu era mais novo, uma tia minha ouvia bastante, alguém gostava de cantar no karaokê, mas só. Nunca fui além disso até alguns meses atrás, quando de uma hora pra outra decidi ouvir uma coletânea dos caras. Não foi em vão. Foi nessa hora que fui fisgado totalmente por essa canção; mais uma daquelas que eu já tinha ouvido milhares de vezes - seus versos do refrão estavam guardados no meu subconsciente - mas nunca me dei ao trabalho de dar a devida atenção. Quando o fiz, a canção não saiu mais do meu player e me faz com que eu a toque quase todos os dias. Faz parte do disco "Sobre Todas as Forças" de 1994. Segue a letra:


[LANÇAMENTO] Jack Johnson Live at Kokua Festival

Atitudes divinas externadas pela música

Quando eu confio em alguém, eu confio cegamente. No caso da música, "surdamente" talvez seja um termo mais propício. Peguemos o caso de Jack Johnson, por exemplo. Quando esse cara lança algum disco eu faço questão de comprar sem ouvir música alguma antes. Nunca me arrependo. A confiança me garante que serei surpreendido positivamente e, até o momento, o surfista não me decepcionou. Adquiri recentemente o disco "Best of Kokua Festival", um compilado recém-lançado que contém os melhores momentos do Festival de Kokua, evento organizado por Johnson e sua esposa anualmente no Hawaii e que conta com grandes nomes da música em seus anais. Para ilustrar o texto, uma música contida no disco, capaz de trazer lágrimas sinceras aos olhos. Segue a letra:


Andar nos meus sapatos

Respeito. Não é pedir muito, é?

Existem bandas que constróem um bom som e, a partir daí, algumas viagens nascem. Já com Depeche Mode funciona ao contrário. Eles constróem viagens, e daí saem muitas boas canções. Uma de suas mais poderosas obras é essa presente no disco "Songs of Faith and Devotion" de 1993. Segue a letra:


Palavras do meu pai

Homenagem aos sábios, amigos e mestres: os pais

Agosto é o mês dos pais. Assim como já tivemos boas viagens sobre as mães dos roqueiros e seus sagrados ensinamentos - como em Simple Man do Lynyrd SKynyrd e Always on the Run do Lenny Kravitz - chegou a hora de um registro musical digno dos pais. Para homenagear essas figuras que nos ensinam muito da vida, nada melhor do que um blues. No caso, um blues completamente raiz, dos grandiosos Sonny Terry & Brownie McGhee. Segue a letra: