Ex-baixista e vocalista do Deep Purple leva seu Hard Rock para São Paulo.
O Deep Purple é uma das bandas que mais trocou de integrantes ao longo da longeva e respeitosa vida. Isso pode soar negativo quando consideramos que parte do respeito conquistado por uma banda é a sua capacidade de manter seus membros unidos e entrosados. Apesar dessa coesão raras vezes ter sido alcançada pelo Purple a banda, por outro lado, pode se gabar de ter tido o maior número de músicos talentosos numa mesma banda.
Não é para poucos.
Tirar um vocalista como Ian Gillan e um baixista como Roger Glover e conseguir fazer a banda evoluir e lançar hits eternos é um ato digno de nota.
Talvez tenha sido sorte. Talvez tenha sido destino. Quem sabe o que foi? O fato é que, com a saída dos músicos já consagrados as portas ficaram abertas para dois então desconhecidos. Eram eles, David Coverdale que assumiria os vocais e Glenn Hughes que, além de comandar o baixo, dividiria os microfones com o novo parceiro.
O resultado, além de inesperado, não podia ter sido melhor.
Apesar de seguirem a batuta de Ritchie Blackmore e Jon Lord, os dois jovens conseguiram trazer para um Purple uma levada toda nova. Era um pouco de Funk, um quê de Groove. Toda uma malemolência e swing setentista que originou canções de ritmo único e característico Love Don't Mean a Thing, You Can't Do It Right e Sail Away.
É claro que pedradas continuaram rolando soltas. Foi nessa fase que a banda lançou hits que logo se tornariam clássicos como Burn, Stormbringer e - na minha humilde opinião, uma das melhores canções de Rock - The Gypsy.
Hughes era, além de excelente baixista, um vocalista ágil e preciso que se contrapunha à voz grave de Coverdale com seus agudos afiados e arrepiantes, o que resultava em duetos emocionantes, capazes de fazer os pelos da nuca se eriçarem e lágrimas brotarem nos olhos.
Antes de entrar na banda de Blackmore, Hughes tinha passado pela ótima Trapeze. Fora do Purple, o baixista também chegou a tocar em nada menos que o Black Sabbath. Além disso tudo, o cara possui um extensa carreira solo e lançou projetos paralelos em parceria com Tonny Iommi (Black Sabbath) e Joe Lynn Turner (ex-Deep Purple e várias outras bandas).
Enfim, de Rock pesado o cara entende. E muito.
E gosta de trabalhar.
Incansável, o músico veio ao Brasil em sua turnê The Voice of Rock.
E talvez o mais interessante no show tenha sido perceber que, apesar de ter estado ombro a ombro com os maiores gigantes do Classic Rock, Glenn Hughes é um cara bastante normal. Sem se deixar levar pela vaidade dos holofotes, o baixista prefere a simplicidade. Mostra-se, no palco e em entrevistas, como um sujeito simpático, humilde e agradável.
No palco do Carioca Club, o músico não economizava sorrisos e agradecimentos. Esforçou-se para "falar devagar" para que todos compreendessem. Respondia as mensagens do fãs com sonos "I love you too". Constatar tamanha gratidão diante do reconhecimento dos fãs (e quem vai num show do Glenn Hughes, domingo à noite, debaixo de chuva é verdadeiramente fã) é algo infelizmente raro no mundo dos astros do Rock.
Ao lados dos exímios parceiros Soren Andersen e o baterista Pontus Engborg, Glenn mostrou à São Paulo o que é um bom e velho Hard Rock.
Sem soar datado em momento algum, o Power Trio mostrou o peso e o entrosamento que o Rock precisa, além da maturidade que faz a música soar bem feita, coesa e muito viajante.
Confesso que esperava mais hits da fase do Deep Purple, mas o trio se limitou à Stormbringer, Burn e a ótima lado B Keep On Moving. O resto foi só carreira solo de Hughes. No fim das contas, tanto melhor. Cada canção que para mim era desconhecida trazia uma pedrada no peito daquelas gostosas de ouvir, sacudir a cabeça e pirar.
Poucos artistas conseguem a façanha de te fazer curtir um show composto majoritariamente de canções desconhecidas. É preciso ter o Rock no sangue. É preciso ser, como seu apelido diz, a voz do Rock.
Com saúde e disposição para mais algumas décadas de Rock, Glenn Hughes mostrou experiência e destreza, além de muito carisma. Certamente uma das figuras mais simpáticas do Rock e que vai deixar o público paulista com saudades ;)
O Deep Purple é uma das bandas que mais trocou de integrantes ao longo da longeva e respeitosa vida. Isso pode soar negativo quando consideramos que parte do respeito conquistado por uma banda é a sua capacidade de manter seus membros unidos e entrosados. Apesar dessa coesão raras vezes ter sido alcançada pelo Purple a banda, por outro lado, pode se gabar de ter tido o maior número de músicos talentosos numa mesma banda.
Glenn Hughes no Carioca Club. Foto: Felipe Andarilho / Divulgação
Não é para poucos.
Tirar um vocalista como Ian Gillan e um baixista como Roger Glover e conseguir fazer a banda evoluir e lançar hits eternos é um ato digno de nota.
Talvez tenha sido sorte. Talvez tenha sido destino. Quem sabe o que foi? O fato é que, com a saída dos músicos já consagrados as portas ficaram abertas para dois então desconhecidos. Eram eles, David Coverdale que assumiria os vocais e Glenn Hughes que, além de comandar o baixo, dividiria os microfones com o novo parceiro.
O resultado, além de inesperado, não podia ter sido melhor.
Apesar de seguirem a batuta de Ritchie Blackmore e Jon Lord, os dois jovens conseguiram trazer para um Purple uma levada toda nova. Era um pouco de Funk, um quê de Groove. Toda uma malemolência e swing setentista que originou canções de ritmo único e característico Love Don't Mean a Thing, You Can't Do It Right e Sail Away.
Ex-baixista do Deep Purple empolgou a plateia com muito Hard Rock. Foto: Felipe Andarilho / Divulgação
É claro que pedradas continuaram rolando soltas. Foi nessa fase que a banda lançou hits que logo se tornariam clássicos como Burn, Stormbringer e - na minha humilde opinião, uma das melhores canções de Rock - The Gypsy.
Hughes era, além de excelente baixista, um vocalista ágil e preciso que se contrapunha à voz grave de Coverdale com seus agudos afiados e arrepiantes, o que resultava em duetos emocionantes, capazes de fazer os pelos da nuca se eriçarem e lágrimas brotarem nos olhos.
Antes de entrar na banda de Blackmore, Hughes tinha passado pela ótima Trapeze. Fora do Purple, o baixista também chegou a tocar em nada menos que o Black Sabbath. Além disso tudo, o cara possui um extensa carreira solo e lançou projetos paralelos em parceria com Tonny Iommi (Black Sabbath) e Joe Lynn Turner (ex-Deep Purple e várias outras bandas).
Enfim, de Rock pesado o cara entende. E muito.
E gosta de trabalhar.
Glenn Hughes tocou poucos hits do Deep Purple. Foto: Felipe Andarilho / Divulgação
Incansável, o músico veio ao Brasil em sua turnê The Voice of Rock.
E talvez o mais interessante no show tenha sido perceber que, apesar de ter estado ombro a ombro com os maiores gigantes do Classic Rock, Glenn Hughes é um cara bastante normal. Sem se deixar levar pela vaidade dos holofotes, o baixista prefere a simplicidade. Mostra-se, no palco e em entrevistas, como um sujeito simpático, humilde e agradável.
No palco do Carioca Club, o músico não economizava sorrisos e agradecimentos. Esforçou-se para "falar devagar" para que todos compreendessem. Respondia as mensagens do fãs com sonos "I love you too". Constatar tamanha gratidão diante do reconhecimento dos fãs (e quem vai num show do Glenn Hughes, domingo à noite, debaixo de chuva é verdadeiramente fã) é algo infelizmente raro no mundo dos astros do Rock.
Ao lados dos exímios parceiros Soren Andersen e o baterista Pontus Engborg, Glenn mostrou à São Paulo o que é um bom e velho Hard Rock.
Público demonstrou imenso respeito e carinho pelo baixista. Foto: Felipe Andarilho / Divulgação
Sem soar datado em momento algum, o Power Trio mostrou o peso e o entrosamento que o Rock precisa, além da maturidade que faz a música soar bem feita, coesa e muito viajante.
Confesso que esperava mais hits da fase do Deep Purple, mas o trio se limitou à Stormbringer, Burn e a ótima lado B Keep On Moving. O resto foi só carreira solo de Hughes. No fim das contas, tanto melhor. Cada canção que para mim era desconhecida trazia uma pedrada no peito daquelas gostosas de ouvir, sacudir a cabeça e pirar.
Poucos artistas conseguem a façanha de te fazer curtir um show composto majoritariamente de canções desconhecidas. É preciso ter o Rock no sangue. É preciso ser, como seu apelido diz, a voz do Rock.
Com saúde e disposição para mais algumas décadas de Rock, Glenn Hughes mostrou experiência e destreza, além de muito carisma. Certamente uma das figuras mais simpáticas do Rock e que vai deixar o público paulista com saudades ;)
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