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O humor e a filosofia Beatnik de Porcas Borboletas

Quando terminei meu segundo livro, Meditando no Banheiro, e pedi para o mestre chargista Márcio Baraldi escrever um prefácio para apresentar o livro, me surpreendi com um texto em que ele chamava de "O Último Beatnik".

A surpresa se deu por que eu não imaginava que minha escrita soaria tão facilmente Beatnik.

Foi uma boa surpresa.

Um elogio, assim eu entendi. Fiquei orgulhoso, devo admitir.

Os Beatniks foram artistas da década de 50, criadores de um estilo de vida inspirado na liberdade, na amizade e no questionamento. Mais ou menos como os Hippies viriam a fazer posteriormente. Nomes Beat famosos são Jack Kerouac, Charles Bukowski e William S. Burroughs.

Como ser associado à nomes grandiosos como esses pode não ser um elogio? Escritores Beat foram (e continuam sendo) inspiração para meus textos.

Banda Porcas Borboletas: muito humor e força musical em versos Beat

Creio que o que mais me chamou a atenção em livros como On The Road, de Jack Kerouacc, foi a liberdade. O desejo de viver a vida, sem regras, sem amarras.

Não há preconceito em uma história Beat. Tudo é permitido e tudo é perdoável, desde que feito com emoção.

É o que viria a ser a essência do espírito Rock'n'Roll.

"Curtindo o que a vida me dá de presente", como sintetizaria tão bem, décadas depois, as Velhas Virgens, outros ícones da cultura (ou contracultura) Beat.

E há alguns anos conheci uma outra banda que compartilha dessa mesma essência e, não por acaso, acabei viajando completamente no som deles: Porcas Borboletas.

Não trazem consigo a mesma alegria pulsante das Velhas, mas encontraram o caminho para a música dos deuses com outro tipo de humor: o autodepreciativo. Dessa forma a banda entrelaça um trabalho instrumental de primeira com letras que versam sobre conquistas amorosas mal sucedidas, deficiências físicas do narrador, desilusões com projetos pessoais e muito mais.

Tudo com um estranho e poderoso carisma na voz do vocalista Danislau.

Quem viveu a vida minimamente não vai conseguir deixar de sentir empatia em versos como:
Todo mundo está pensando em Sexo.
Todo mundo disfarçando muito bem.
Será que só você não? Será que só você não?
Meu bem...



Ou:
Tudo que eu tentei falhou:
Sapatênis, bandana, sunga dos states, suspensório
Relacionamento aberto, fechado, ménage à trois, suruba psicodélica
Abstinência do uso de drogas seguido da suspensão da abstinência
Paraíso, purgatório, inferno, rua augusta



É necessária uma rara habilidade para rir dos próprios problemas.

Enquanto a maioria das pessoas acaba sucumbindo às pressões e as derrotas, Porcas Borboletas faz música. Eles riem do destino. Sabem que não é preciso levar tudo à sério e que, por mais difíceis que sejam nossos desafios, tudo fica mais fácil com amigos em uma mesa de bar.

É aquele pensamento que só os mais sábios conseguem incorporar: se não der certo, afinal, pelo menos a gente tomou umas cervejas e deu risada.

Embora a filosofia Beat fique evidente em canções como Derrota Transcedental, Você Mentiu, Ejaculação Precoce e nas já citadas, é em Aninha, uma canção mais simples e intimista, que o grupo atinge o ápice da viagem musical.

Acompanhando um poema ligeiro que descreve com delicadeza a Aninha do título, a guitarra cria um ambiente profundo e envolvente. As cordas hipnotizam e os versos saem com brisa:

Greta garbo
The pin-up's dreams
The fifties
Tudo existiu
Pra vestir aninha

Após aprisionar o ouvinte com o clima sereno e misterioso, o grupo está livre para explodir. É quando a canção vira um Rock vigoroso. Os versos se repetem, mas paixão pela Aninha se torna visceral, obsessiva.

Não há conclusão para a história, mas isso não a torna menos perfeita.

Ao contrário, é justamente por esse olhar distante que a obra ganha importância.

Trata-se, afinal, de apenas uma constatação. Um devaneio, como em Heaven dos Rolling Stones ou Cheap Day Return do Jethro Tull. Um momento de delírio no qual o narrador, como nós, é impotente. Como a maioria dos eventos de nossas vidas, não há muito o que fazer. Apenas aceitar e admirar.

Confira Aninha:

Erótica, uma Comédia Necessária

Peça de Teatro brinca, homenageia, critica, canta e dança inspirada no Sexo



Outro dia eu estava revendo alguns textos aqui do blog sobre a banda Velhas Virgens. Era bom reler aquelas frases que eu mesmo escrevi e perceber como a banda sempre me surpreendeu pela sua desenvoltura ao falar de temas estranhamente ainda polêmicos, mesmo nessa época, teoricamente evoluída em que vivemos.

Dentre esses temas, talvez o mais difícil de lidar pelo homem seja o sexo. Atitude natural e biológica praticada por quase todos os seres do mundo e por quase todos os homens e mulheres que já pisaram na Terra, o sexo ainda é capaz de converter adultos em crianças de bochechas rosadas quando dá as caras na roda de conversa

Não à toa a família reunida em volta da TV se constrange quando o casal hollywoodiano resolve começar um bom e velho vai e vem bem no meio do filme. Até mesmo casais juntos há décadas evitam falar no tema ou só reservam tempo para tal depois de uma noite de bebedeira, quando o álcool retira as barreiras da vergonha.

Infelizmente alguns tabus ainda são tabus e, enquanto for assim, lidar com sexo será tão difícil quanto era para os adolescentes dos filmes American Pie.

Entretanto, graças à Deus - um Deus, esse, muito mais gente boa do que aquele que a igreja insiste em colocar no comando do universo - existem os artistas.

E artistas fazem o que querem.



Artistas gozam de uma condição que o cidadão comum jamais experimentará. Eles são livres. Não prestam contas. Reinam no submundo. Fazem a glória do que é banal.

Artistas são os verdadeiros heróis da sociedade. Não fosse por eles, tudo seria quadrado. Tudo seria cinza. Ninguém questionaria nada. Ninguém riria de uma piada à toa.

E recentemente vi alguns deles. Foi na peça Erótica, uma Comédia Gozada.

Não sou o cara mais frequentador do teatro, devo admitir. Mas é curioso que, sempre que dou uma chance para essa arte, nunca costumo me arrepender. Não foi diferente.

Conheci essa companhia nos espetáculos Beatles e A Música do Cinema que estavam em cartaz no Teatro Gazeta. Na época me surpreendi com a qualidade do musical e com a viagem causada pelas músicas apresentadas.

Fui então conferir a comédia inspirada em sexo que estava ocorrendo às segundas-feiras no Bar Brahma, mesmo dia e horário em que Caubi Peixoto tocava por anos a fio no local.



Dividida em esquetes de poucos minutos, a peça brinca com a questão do sexo no dia a dia e no imaginário popular. Dada à delicadeza do tema, não é de se surpreender que as mais curiosas histórias ganhem vida nas mãos competentes dos artistas que não só atuam, como cantam e dançam, às vezes nus, às vezes cobertos, mas sempre com a mais bonita maestria.

É nesse contexto que os personagens entram em situações curiosas, hilárias e emocionantes. Tudo feito com destreza, desnudando o tabu só para nos mostrar como somos tontos, como o mundo é legal e como, embora tenhamos esquecido há muito tempo, já nascemos pelados.

Em tempos em que artistas são acusados de pedofilia porque crianças acompanhadas dos pais visitam uma exposição onde há nudez, Erótica é uma peça mais que necessária.

É preciso questionar. É preciso falar no tabu. É preciso lidar com sexo e, mais necessário do que tudo, é preciso rir.

Serviço

A Temporada no Bar Brahma terminou, mas segundo a companhia, a partir de 18 de janeiro eles estarão no Espaço Parlapatões, com datas e horários ainda à definir. Se quiser rir e se divertir fique de olho na Página do Facebook da peça.

O Homem dos Olhos de Raio X

O que um olhar é capaz

A boa notícia é que o Lenine vai tocar no Sesc Vila Mariana em São Paulo nesse feriado de Tiradentes.

A má é que, como todo show de alguém famoso no Sesc, os poucos ingressos esgotaram-se como aquela Passatempo que você, inocente, abre no trabalho.

Lenine. Foto: Divulgação

Na calada da noite

Uma música para te colocar em estado de choque

Você não sabe como é frustrante ter um blog há tanto tempo, ser fã maluco do Whitesnake e descobrir, de repente que você nunca escreveu sobre Still of the Night. Essa é simplesmente uma das melhores músicas da banda de David Coverdale, mas, por algum truque do destino, nunca falei dela. Faz parte do icônico "1987". Segue a letra:


A Magra

Uma mulher e um clipe inesquecíveis

A ideia original de postar essa canção seria para escrever sobre uma banda ainda inédita no blog: a espanhola Jarabe de Palo. O mistério do destino, porém, foi que comprei o último disco do Santana, o excelente "Corazón", e la havia uma versão cover da canção da qual eu ia falar. Por incrível que pareça - mas não tão incrível assim quando lembramos de que se trata do Santana - a versão cover é ainda melhor do que a original. Por isso, desa vez falarei de mais uma música do Santana e deixarei para viajar com o Jarabe de Palo na próxima postagem. Segue a letra:


Rainha Foguete

O poder de quem faz

Um dos ensinamentos mais bacanas que aprendi com meus familiares e amigos mineiros é: "faça, em vez de falar". O que esse povo oriundo da terra do pão de queijo quer dizer é que atos são o que realmente fazem diferença no mundo, ao passo que palavras são apenas palavras. Elas tem algum poder, é claro, mas muito menos consistente e importante do que uma real ação bem executada. Aqui vai um exemplo de ação bem feita. Uma música dos Guns N'Roses presente no disco "Apetitte for Destruction" de 1987. Segue a letra:


Borboleta

Sexo e instrumentos de sopro

Tenho um fraco por trompetes e instrumentos de sopro em geral. Talvez esteja no meu sangue. Reza a lenda que meu avô era um lendário trombonista. Capaz de aprender canções de ouvido, ele emprestava seu talento à banda da cidade de Pereira Barreto e com ela excursionava pelo interior de São Paulo. Quem sabe parte do amor aos metais chegou até mim e é por isso que canções com trompetes, saxofones, trombones, clarinetes e derivados despertam minha atenção e apreço. É o que acontece com essa canção do Jason Mraz, presente em seu disco "We sing, We Dance, We steal things", lançado em 2008. Segue a letra:


Madrugada e meia

Música para aquelas noites épicas

É difícil encontrar bandas que falem abertamente sobre o sexo. Não apenas citações ou insinuações, mas falar literalmente do sexo, em seus mais íntimos e excitantes detalhes. Velhas Virgens é uma banda que não sofre desse tipo de tabu, abordando o tema em quase todas as suas obras. Mas no caso da canção de hoje os caras vão ainda mais longe do que costumam, eliminando qualquer barreira, qualquer pudor. Faz parte do segundo e ótimo disco dos caras, "Vocês Não Sabem Como é Bom Aqui Dentro!", de 1997. Segue a letra:


Que tipo de mulher é essa?

O blues moderno de uma lenda

Quando falamos em blues, normalmente pensamos naquele ritmo lento e viajante dos anos 40 e 50 cantados por senhores calejados pelas durezas da vida e que decidiram colocar no violão essas mágoas pra fora. Entretanto, embora chamado de "blues", esse gênero da boa música tem vertentes movidas à outros combustíveis como crônicas, amor e sexo. Além disso, o blues, apesar de antigo, mantém-se sempre atualizado, seja por bandas atuais como Fernando Noronha & Black Soul, seja por seus nomes já tidos como lendários, como o caso de Buddy Guy, nosso motorista de hoje. Essa canção faz parte de um disco lançado em 2005, chamado "Bring'em In". Segue a letra:


[LIVRO] O Barulho na Minha Cabeça te Incomoda?

A loucura e a música de Steven Tyler

Terminei de ler há alguns dias a biografia de Steven Tyler, o icônico vocalista do Aerosmith. Até então eu não era grande fã ou conhecedor da banda americana, o que tornou a leitura ainda mais interessante. Era um universo totalmente novo a ser explorado. E que universo maluco e fascinante é a vida de Tyler. Não é à toa que o subtítulo do livre seja: "O barulho na minha cabeça te incomoda?". Pra viajar um pouco sobre a leitura, trago uma das maiores canções da banda, presente no disco "Pump" de 1989. Segue a letra:



Deixe-me colocar meu amor em você

Meu disco favorito do ACDC, como já disse uma vez, é o "Black Ice". Entretanto para a grande maioria dos fãs e dos críticos, o auge da banda dos irmãos Young aconteceu em outra ocasião negra, no "Back In Black", de 1980. Não é à toa. Esse disco é fenomenal. Uma pura e incrível viagem no melhor do que se pode chamar de Rock'n'Roll. Algumas canções soam como se fossem ao vivo, num mega espetáculo proporcionado pela presença de palco de uma banda tão empolgante. Essa aqui é a minha preferida desse disco que dizem ser o melhor da história do ACDC e o primeiro com o vocalista Brian Johnson, substituindo o falecido Bon Scott. Segue a letra:


Mitzi, a rainha do Ping-Pong

Faz tempo que não mando um Deep Purple aqui. Essa banda, para quem não sabe, está na minha tríade superior musical, composta também por Beatles e Led Zeppelin. Mas o fato é que Purple vinha perdendo lugar no meu player pra outras bandas, mas depois que achei o CD "The House of Blue Light" à venda num sebo por um preço justo (não baixo) ela passou a brilhar como nunca na tríade superior. Esse álbum formidável de 1987 é um dos que traz a chamada formação clássica do Purple, composta por Ian Gillan nos vocais, Richie Blackmore (O Mestre) na guitarra, Ian Paice na bateria, Jon Lord nos teclados e Roger Glover no baixo - a mesma formação responsável por "Perfect Strangers". Não precisa dizer mais nada né. Segue a letra:


[JAM] Pensando nela todo dia, toda hora

Por Caio Guilherme

Antes queria agradecer ao Andarilho pela oportunidade de colocar e comentar uma música nesse blog, que está repleto de bons sons e boas palavras. Muito obrigado, Felipe, eu prometo me esforçar ao máximo para manter o grande nível que você estabeleceu. Dito isso, trago aqui a música "Menina Mulher da Pele Preta", direto do álbum "A Tábua de Esmeralda" de 1974, uma obra prima de Jorge Ben, um dos grandes músicos brasileiros e que soube, como ninguém, tratar do tema que faz este blog girar, o amor! Segue a letra:


Você me sacudiu, babe

Engraçado como o primeiro álbum de muitas bandas é realmente destruidor. Acho que eles levavam à risca aquele velho ensinamento do Truco: "a primeira é um caminhão". E que caminhão Led Zeppelin trouxe em 1968... Um dos melhores trabalhos deles, com certeza. E isso se dá em parte pela base blueseira que eles adotaram em algumas músicas. Essa aqui é um exemplo disso. Segue a letra:


Desejo

Desejo. Queimando. Nunca essas palavras foram tão bem expressadas como nessa clássica do U2, e diga-se de passagem, minha música favorita deles. Faz parte do meu também favorito álbum da banda "Rattle and Hum" de 1988, recomendadíssimo, tanto o álbum como o filme homônimo em preto e branco disponível em DVD atualmente. Segue a letra:



Devagar e fácil

Mais uma banda reprise, meus queridos Whitesnake! Como eu disse antes, a banda vai falar de amor novamente, mas agora é quando o amor em si acaba. Esse som é do álbum "Slide It In" de 1984, conhecido pela música título e pelo grande clássico "Love Ain't No Stranger". Altamente recomendado! Segue a letra:

David Coverdale. Frontman do Whitesnake. Foto: Divulgação