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50 anos de Sgt. Peppers no mundo e 15 na minha vida

No final de maio o disco dos Beatles, Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, completou 50 anos de vida.

Lançado em 26 de maio de 1967, o álbum é considerado um dos mais importantes da história da música e um dos melhores discos de Rock já produzidos.

Mas será que é pra tanto? Sgt. Peppers é assim tão bom? Sou fã de Beatles há tempo suficiente para realizar uma análise fria da obra e abaixo você vai entender o motivo de tantos títulos honoríficos.

Vamos à andança...


Eram os Beatles

Tratavam-se dos Beatles. Tudo que esses caras faziam era permeado por um hype tremendo. Não era por menos. Eles estavam no auge de suas carreiras. Eles já tinham dominado a América e a Ásia. Já tinham feito 2 filmes e a beatlemania havia se espalhado para literalmente todo canto do mundo. Para piorar (ou melhorar) no ano anterior eles haviam lançado nada menos que Rubber Soul (melhor disco deles na minha opinião) seguido por Revolver. Não era de se estranhar que o público esperasse mais uma obra-prima. Eu é que não queria estar na pele deles naquele tempo. A pressão devia ser imensa. Ou eles surpreendiam o público com mais um disco formidável ou seria criticados até a alma.

Leia também: Rubber Soul, um disco para a vida adulta

O Conceito


A grande genialidade do disco - muito mais do que suas músicas - foi seu conceito. Por mais que Cleiton Heylin em seu bom livro "Sgt. Peppers - Um ano na vida dos Beatles e amigos" tente desqualificar este aspecto da obra, usando inclusive palavras da própria banda, é inegável que Sgt. Peppers inaugurou um estilo de álbum pensado como um todo. Até então discos eram basicamente as canções da banda em uma ordem pré-definida. Em Sgt. Peppers, tudo segue um conceito, ou caso você não concorde com o termo, pelo menos uma direção artística encabeçada por Paul McCartney. A capa do disco, seu encarte, o marketing promocional e viral, as roupas que a banda usava e algumas canções do disco... Enfim, tudo girava em torno dessa mística figura do Sargento Pimenta e sua banda de Corações Solitários. Afinal, quem eram esses caras? De onde eles vinham? Tudo era uma viagem sensorial maravilhosa sem o menor sentido. Isso foi o mais legal do conceito: nada precisava de explicação.

A Capa


Sem dúvida a capa do álbum é um de seus pontos mais fortes. Ideia, mais uma vez, de McCartney, a capa reúne dezenas de figuras famosas que, de certa forma, chamavam a atenção da banda. Numa colagem meio dadaísta a multidão de papel se reúne atrás dos Beatles (devidamente trajados como uma banda itinerante). Completam o quadro muitas flores, cores e até mesmo uma boneca de criança com a camisa estampando um recado para a banda concorrente / amiga: "Bem-vindos de volta Rolling Stones". O resultado é uma explosão visual maravilhosamente confusa, mas que consegue trazer um quê de ordem à composição. O resultado foi tão poderoso que inspirou dezenas de capas de outros artistas, incluindo uma do nosso Zé Ramalho no disco Nação Nordestina.

As Inovações


Nem só de músicas boas foi feito o disco. Sgt. Peppers ainda trouxe uma série de amenidades que só contribuíram para o marketing em cima do disco. A novidade mais importante foi a inserção das letras no encarte. Foi o primeiro álbum a fazer essa prática que é usada até hoje pela maioria das bandas. Além disso o encarte trazia uma parte recortável com um bigode e listras de uniforme militar em tamanho real para que o ouvinte pudesse usar e se sentir ainda mais parte daquela festa bizarra.

Músicas


Talvez o ponto menos importante nessa análise. Não que Sgt. Peppers seja um disco ruim. Muito pelo contrário. É um álbum excepcional. Mas se você ouvir todos os discos dos Beatles e ranqueá-los do melhor para o pior é muito provável que Sgt. Peppers acabe exatamente no meio. De forma alguma isso quer dizer que o álbum é mediano. Estamos falando de Beatles, lembra? Tudo em que eles colocaram a mão acabou de uma forma ou de outra minimamente boa. Mas quando você compete com Rubber Soul, Revolver, Abbey Road e até mesmo o inaugural Please Please Me, é muito fácil acabar para trás.



Sgt. Peppers é um disco muito bom, mas que carrega algumas canções bem mais ou menos. A canção-título que abre o disco é fenomenal e sua reprise no final ainda melhor. With a Little Help From My Friends e A Day in the Life são duas obras-primas por si só. Lucy In The Sky é hipnoticamente boa. Getting Better é um gostoso hino ao otimismo. Lovely Rita é um Rockão viajante dos bons.

She's Leaving Home, Being for the Benefit From Mr. Kite!, When I'm Sixty-Four e Good Morning, Good Morning são canções médias numa escala Beatle (ou seja, ainda infinitamente melhores que a maioria das músicas do mercado). São boas, você raramente pula quando ouve o disco, mas não são aquelas que você quer repetir ou que quer ouvir isoladamente num dia ensolarado com seus fones de ouvido numa caminhada pela vida.



Na Minha Vida

Tenho um lugar especial para o Sgt. Peppers no meu coração. Ganhei o CD de aniversário em 2003, quando eu completei 16 anos. Uma idade emblemática. Tímido e nerd eu era o garoto com poucos (porém fiéis) amigos que preferia o silêncio à festa. Acho que eu estava começando a ficar adulto e não gostava tanto daquilo. Frequentava o colegial, meus últimos anos de escola. O final da minha infância inocente. Eu começava a sair pelo mundo. Gostava de andar pela cidade com meu discman e meu Sgt. Peppers me acompanhou muito nessas caminhadas solitárias, porém felizes. Era na estrada onde eu me sentia realizado. Livre das preocupações e pressões. Livre das desilusões amorosas e dos simulados para o vestibular. Com Getting Better e A Little Help tocando eu sabia que nada tinha a temer. Eu andava, sorria e o quarteto me dizia: fica tranquilo, vai dar tudo certo com uma pequena ajuda dos seus amigos. E tudo realmente deu certo. Mesmo sem saber isso na época, eu respondia: tenho que admitir, está melhorando toda hora.



Respondendo a questão que abre esse texto: Sgt Peppers, o conceito completo, e não só o disco, é realmente um trabalho sensacional. Merece todos os créditos ainda que, movidos pelo hype marqueteiro, alguns soem bastante exagerados.

E que venham mais 50 anos como um ícone da cultura.

Abundância e Impaciência: o que 3 meses de Spotify me mostraram

É legal perceber como as pessoas estão atualmente dispostas à pagarem por serviços que consideram bons e acessíveis.

Dei uma chance ao Spotify. Veja como foi a experiência

Talvez seja devido ao aumento do poder de compra. Ou talvez seja o aumento da consciência. Ou ainda talvez o motivo seja que não havia esse tipo de produto no mercado naquela época. Gosto de pensar que é um pouco de cada. Vivemos e aprendemos. A internet ainda é uma criança e, como tal, não cansa de nos surpreender com sua constante evolução e madurez.

Lembro quando eu era garoto do Napster. Era o sonho que todo adolescente (e adulto, acredito) tinha: um local para ouvir qualquer música do mundo de graça. Você não precisava mais ir à uma loja e gastar um bom punhado de reais num CD nem esperar dias e mais dias para ouvir aquela canção especial no rádio e torcer para gravá-la numa fita K7 sem que o locutor falasse o nome da emissora no meio do solo.

Napster. Mesmo ilegal, fez a alegria de muita gente nos anos 90.

O Napster foi, sem dúvida, uma revolução. Foi ilegal, é claro. Nada tão bom quanto aquilo poderia ser de graça. Mas ainda assim fez sua parte na contribuição para que muita gente pudesse ter acesso às músicas que apreciava. Durou pouco, mas abriu caminho para o Kazaa, Morpheus, Emule e dezenas de outros softwares voltados para compartilhamento de arquivos.

Querendo ou não a porteira havia sido aberta. A partir daí passou a tornar-se cada vez mais difícil parar a pirataria. À cada dia novos arquivos, discos, filmes, livros e softwares eram disponibilizados. Com a criação de sites específicos para upload e download de arquivos como Mediafire, Megaupload e Rapidshare a coisa ficou ainda mais prática. Não era preciso mais um software, apenas um link possível de ser aberto em qualquer navegador.

Netflix. Barato e simples, deu um drible na pirataria.

Demorou uns 15 anos, mas as grandes corporações da mídia finalmente aprenderam a contornar a situação. A resposta, na verdade, estava mais próxima do que eles podiam imaginar: por que elas mesmas não disponibilizavam o conteúdo por um preço mais aceitável? Assim fizeram. E não é que a coisa deu certo? Enquanto quase ninguém mais estava disposto à pagar R$20 em um CD ou R$8 num aluguel de filme, a solução foi cobrar um valor quase simbólico e deixar à cargo do consumidor a escolha sobre o que ele queria de verdade.

Assim nasceu o Netflix. Pelo preço de 2 filmes alugados no mês, o cliente tem à disposição mais de 1.000 títulos.

Assim nasceu o Spotify. Pelo preço de 1 CD no mês, o cliente tem à disposição milhões de músicas.

O sucesso dessas plataformas só mostra que o público estava sim disposto à abrir mão da pirataria, desde que o preço fosse honesto.

Demorei para aderir ao Spotify, principalmente por eu ter em casa uma coleção de CDs suficiente para meses de audição sem repetir. Talvez eu nunca tivesse assinado o programa se não fosse uma promoção que eles fizeram. 3 meses de Spotify por R$2 ao mês. Como perder? Resolvi então testar a plataforma.

Como Sam Tarly do Game of Thrones na Biblioteca da Cidadela. Foi assim que me senti nesses 3 meses de Spotify.

A primeira coisa que percebi foi que o acesso às músicas é praticamente ilimitado. Há abundância de canções é realmente estonteante. Com exceção de 2 ou 3 bandas que não encontrei, todas as outras tinham lá sua página com informações e discografia quase completa. Para quem gosta de descobrir bandas o Spotify é um prato cheio. Servindo como ferramenta para divulgação de bandas menores, o programa torna-se um porto seguro para que essas bandas tenham seu material publicado e que os interessados os encontrem e sigam suas atividades. XYZ e Big Cock são exemplos de bandas das quais antes eu achava canções com certa
dificuldade, mas, graças ao Spotify, pude conferir não só os discos que já conhecia, mas outros pedaços maravilhosos de suas discografias.

Até mesmo meu caro Jack Johnson tinha lá alguns trabalhos que eu não tinha conhecido. Nomes brasileiros como Tim Maia, Jorge Ben e Novos Baianos também foram muito explorados pela minha sede de música boa e, por meio da ferramenta, descobri várias canções e álbuns que eu nunca tinha tido a oportunidade de ouvir e talvez nunca tivesse acesso, não fosse por ali.

Nem tudo são flores no Spotify, porém. Nos 3 meses em que degustei o produto não foram raros os casos em que não encontrei uma canção específica. Acredito que eu seja exceção e não regra no público do Spotify. As pessoas o assinam para ter música boa à mão de forma fácil e rápida. Não à toa há dezenas de listas prontas que fazem muito sucesso. Raros são os usuários que buscam uma música em especial. Mas é o meu caso e, vez ou outra, me vi nessa situação de ter que fechar o programa e recorrer ao bom e velho Youtube ou ainda ao meu bom e velho HD para ouvir uma pérola que, por algum motivo, não estava no Spotify.

E foi assim que me senti ouvindo uma música não tão boa no Spotify.

Outra reação curiosa que desenvolvi enquanto mergulhava no oceano musical do programa foi que passei a me tornar mais impaciente.

Por anos fui acostumado à ouvir discos inteiros. Quando quero ouvir uma artista, normalmente quero ouvir um álbum dele e não apenas uma música. É um hábito velho de quem ouve muito CD. Com a abundância do Spotify, porém, me tornei menos paciente, mesmo com as melhores bandas. Enquanto ouvia um disco, bastava uma canção não tão boa para, ao invés de esperá-la terminar ou pulá-la e continuar com o álbum como sempre fiz, eu passava a mudar de artista. Me irritava facilmente com canções mediana e ia da água para o vinho com facilidade. Bastava digitar o nome de uma nova banda e, pronto, a trilha estava renovada.

Isso não torna o Spotify uma experiência melhor ou pior do que ouvir um álbum no aparelho de som. É apenas uma característica da ferramenta. Com tanto à disposição você não quer perder tempo com algo na média. Você só quer o filet mignon. A sempre presente lista de 5 mais tocadas de cada artista ilustra bem o ponto. Oferecer acesso a milhões de músicas é apenas um chamariz. O produto real que o Spotify vende é que lá você vai ouvir as músicas mais populares, as modinhas da vez e as clássicas de todos os tempos. Raros são os que irão mais à fundo do que a primeira camada do Spotify. Uma pena, pois, como relatei acima, há muito ali à ser encontrado e desfrutado.

CDs. Um amor difícil de matar, pelo menos no meu caso.

Ao fim do período promocional pensei muito se devia ou não manter a assinatura, agora pelos padronizados R$19,00 ao mês. O preço de 1 CD por mês. Confesso que fiquei tentado, mas no fim das contas, acho que ainda prefiro 1 CD novo por mês. Pode ser um hábito velho, mas é uma rotina da qual gosto. Ouvir o disco inteiro. De ponta a ponta. Ler seu encarte. Ver as fotos do grupo tão cuidadosamente tiradas. Conhecer cada detalhe do trabalho daquela banda que tanto aprecio. Ouvir as canções que ninguém sequer vai chegar a ouvir, mesmo elas estando lá, disponíveis no Spotify e implorando por uma audição. E quem disse que preciso pular uma faixa ruim? O álbum é um trabalho completo e, mesmo ruim, aquela faixa merece pelo menos uma audição. Talvez eu descubra, umas 5 escutadas depois, que ela não era assim tão ruim. Cansei de constatar isso na vida. Aliás, cansei de constatar como músicas que eu aparentemente não gostava se tornaram minhas preferidas depois de um tempo. É esse o poder do álbum. Como um bom livro ou filme ele não te deixa repetir a história só porque você o assiste pela segunda vez, mas te faz conhecer uma nova história em cada repetição.

Ainda assim, não acredito mais que os álbuns ainda sejam o formato correto para os artistas. Os tempos mudam. Está aí o Netflix e o Spotify para mostrar que a pirataria pode ser amigavelmente substituída pela honestidade. E se o público quer apenas hits, é nos hits que as bandas devem focar. Caso contrário as faixas restantes do álbum estarão fadadas ao desconhecimento eterno num oceano de músicas das quais algumas são certamente boas e outras precisam de uma chance à mais ;)

Músicas de Andarilho - 8 Anos de Andanças

No dia 10/03/2017 o blog Músicas de Andarilho completou nada menos que 8 anos de vida.

É um período considerável, já que a expectativa de vida dos blogs costuma ser menor que isso.

O blog mudou muito ao longo desse tempo. Nasceu de um período complicado, como uma forma de sublimação. Eu falava de músicas que me faziam viajar e isso de alguma forma me ajudava a tocar melhor a vida. Começou cheio de regras e manias. Era tudo em preto e branco, num parágrafo só. Eu achava que o estilo (ou falta de) ia atrair leitores.



Aos poucos fui abrindo a mente e me libertando das regras auto impostas. Comecei a falar também dos muitos shows que eu ia. Percebendo que a música estava muito mais inserida na minha vida do que eu imaginava comecei a falar também de filmes, lançamentos, livros e outras coisas que envolvessem uma trilha sonora boa e viajante.

Nos primeiros anos do blog eu postava com uma regularidade assustadora. Eram cerca de 3 textos por semana. Quando os textos começaram a ficar mais elaborados, porém, a média caiu para 1 artigo por semana. Atualmente o blog vive uma frase ruim, admito, com 1 texto por mês. Em minha defesa, digo que tenho priorizado textos mais elaborados e relevantes do que análises isoladas de uma única canção.

Mas o mais curioso de tudo é que, tanto no começo, quando eu escrevia mais, quanto agora, com textos mais espaçados, o blog mantém um certo número de leitores. Nunca foram muitos, mais uma vez admito, mas é interessante notar que o número de visitantes se mantém constante. Parece que sempre há alguém conhecendo o blog e navegando por suas páginas. Fico feliz com isso. E feliz também quando percebo que textos antigos aparecem entre os mais lidos. Isso me mostra mais uma vez que o blog não tem idade. O texto é, como sua matéria-prima, a música, atemporal. Você pode ler qualquer texto do blog à qualquer momento. Nesses 8 anos o Músicas de Andarilho nunca viveu do hype. Nunca dependeu do assunto da moda. Aliás nunca dependeu de nada, além do meu tempo. Não ganho dinheiro com o blog, admito uma terceira vez, e nunca esperei ganhar. Essas propagandas que você vê acima são do meu próprio livro.

Livro Heróis e Anômicos, um dos prêmios que tive que com blog.

O volume de textos ajuda o blog a manter-se vivo, mesmo com poucos textos novos. Nesses 8 anos foram 665 textos e, orgulho-me em dizer que, com exceção de alguns releases enviados por bandas, todos são 100% originais, saídos diretamente dessa cabeça Andarilha que, por algum motivo ainda persiste na escrita.

O blog já adquiriu uma certa autonomia. Isso é o que me deixa mais satisfeito depois de 8 anos. E já que tudo isso se deu pro conta de seus textos, vou deixar aqui alguns links para textos antigos e que têm recebido muitas visualizações desde que foram para o ar:

As 10 Músicas Mais Viajantes da História
Texto que fiz com a intenção de reunir as 10 canções que, desde a primeira escutada, me fazem viajar de maneira absurda. 2º texto mais lido do blog.
Publicado originalmente em setembro de 2014.

Tears for Fears - Woman in Chains
Engraçado notar que, quando estou escrevendo sobre alguma canção específica, fico às vezes preocupado se vou atingir vários leitores. Textos como esse do Tears for Fears me mostram que, fãs sempre encontrarão caminhos até o conteúdo. Um dos textos que mais têm feito sucesso nos últimos meses.
Publicado originalmente em junho de 2013.

O Rock Está Morrendo e o Roqueiro está Assistindo
Artigo que escrevi tentando fazer um diagnóstico sobre o cenário do Rock atual. Todos sabem que o Rock já teve seus anos de glória. Porém, descobri que, pasmem, a culpa é toda do próprio Roqueiro.
Publicado em agosto de 2015.

O Rappa - Cristo e Oxalá
Fico feliz em perceber que não sou o único a acreditar que Deus é uma mesma coisa para todos, não importa o caminho ou a relação de cada pessoa com Ele. Nessa canção, O Rappa mistura Umbanda com Cristianismo para mostrar que, independente de como o chamemos, Deus está ali, nos protegendo e guiando.
Publicado originalmente em novembro de 2011.

E Aí Meu Irmão, Cadê Você?
Até eu me surpreendi agora. Esse texto é uma resenha sobre um excelente filme dos irmãos Coen, no qual a música é o personagem principal. Por se tratar de um filme cult e pouquíssimo conhecido, não esperava que seria tão procurado. Que bom.
Veio à luz em julho de 2012.

Tim Maia
Resenha do maravilhoso filme do Tim Maia. E, sabendo-se que se trata de Tim Maia, tinha como ficar ruim?
Texto publicado em novembro de 2014.

Jorge Ben - O Homem da Gravata Florida
Jorge Ben é mestre. Disso eu sabia. O que eu não sabia que é o meu leitor também acha isso. Quase todos os textos sobre suas músicas estão entre os mais lidos. Tive que escolher apenas um para ele não dominar o ranking. Peguei O Homem da Gravata Florida simplesmente por que essa é uma música inspiradora. Sempre que a escuto tenho vontade de viver o momento ao máximo para tentar, como o mestre, admirar cada pedaço, cada segundo de vida.
Publicado em Março de 2013.

Johnny Cash - Hurt
O grande campeão do blog. Foi com ele que tudo começou. Um dos meus primeiros textos, publicado numa época em que o blog não tinha Facebook, nem qualquer outra forma de alavancar as postagens. Como o Homem de Preto o texto foi silencioso e certeiro. Disse o que tinha para dizer à quem quisesse ouvir. E até hoje, 8 anos depois de sua postagem, é indiscutivelmente o texto mais acessado e lido, com mais de 3.000 visualizações únicas. Trata-se de Johnny Cash. Não, não é surpreendente.
Campeão desde abril de 2009.


Mestre.

Obrigado à todos os leitores que, há 8 anos, seja de forma assídua ou de forma totalmente aleatória, acompanham o blog de alguma forma.

Tudo de Rock para vocês ;)

Felipe Andarilho

Animes e suas músicas inesquecíveis

Há algumas vidas atrás eu fui um fã incondicional de desenhos japoneses, também conhecidos como Animes.

Eu conhecia todos os desenhos que passavam na TV, sabia os nomes dos personagens, suas histórias e super-poderes. Eu os desenhava, pois naquela vida lá atrás eu sabia desenhar bem à mão. Eu tinha também um caderno onde anotava tudo sobre tais desenhos. Cada Anime novo trazia uma série de anotações sobre o criador daquela pequena obra de arte, o horário que passava e trechos importantes da história.


O melancólico fim das lojas de CDs

Há mais de 10 anos atrás lembro de ter lido uma nota sobre o fechamento da última loja Virtual Music, uma rede de lojas nos principais pontos de São Paulo, incluindo grandes shoppings centers. Quando se preparava para fechar sua última porta, algum diretor ou responsável da marca alegou que o fim da empresa se dava, principalmente, por causa da pirataria e do monopólio de grandes lojas de departamentos que vendiam CDs à preços de banana.

Loja de CDs, uma espécie em extinção

2016: um ano de perdas e de ganhos

Mais um ano se encerra. Um ano estranho, diferente, certamente duro, mas nem de todo ruim. Principalmente quando ouvimos a música.

2016 está chegando ao fim. Basta ler alguns comentários nas redes sociais para perceber como o ano foi extremamente duro para a maioria do pessoal.

Não é de se estranhar. Patinamos na crise sem sair dela. Trocamos de presidente. As manobras políticas foram praticadas em nível extremo. Trump foi eleito e o dólar subiu.

Bob Dylan, prova de que também houveram coisas boas em 2016.

Para celebrar o Natal: 7 bons Rocks sobre Jesus

Muita gente sabe que o Natal não tinha originalmente nada a ver com Jesus Cristo. Se você não sabia disso, vou resumir a coisa para que você não fique tão em choque: desde séculos antes da chegada do Filho do Homem, os europeus celebravam o Yule. Uma das festas mais importantes para as crenças pagãs da região, o Yule celebra o solstício de inverno e começava por volta de 21 de Dezembro e ia até os primeiros dias de janeiro. Como nós estamos no hemisfério sul, a data que celebra o solstício de verão por aqui é a Litha.


A incrível inflação dos ingressos de shows

Coeficiente U2 evidencia o caráter exploratório das organizadoras

Há quem reclame do preço dos ingressos dos shows atualmente. Há quem aceite, encarando-os como mais uma das altas contas a se pagar por viver no Brasil. Alguns poucos boicotam ou ignoram os shows. E muitos continuam comprando, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Pertenço ao grupo dos que reclamam e boicotam. Acredito no boicote, mas não na reclamação. Deixei de ir em shows grandes há tempos, mas sei que reclamar da vida não ajuda em nada a melhorá-la. Portanto, decidi fazer esse estudo comparativo para mostrar ao público o quanto estamos sendo explorados continuamente pelas organizadoras. Afinal, com informação eliminamos a desculpa de que "a vida é assim mesmo" e podemos questionar melhor e até decidir melhor se vale a pena ou não ir à um show. Sei que há muita emoção envolvida na compra de um ingresso para um show, especialmente shows de bandas queridas, mas como profissional de marketing, sei que a emoção pode ser o pior inimigo de um cidadão comum no ato da compra.

U2 no Brasil há 10 anos. Foto: Divulgação.

2015, um ano de loucuras. Para a música, ótimo. Para a realidade, uma pena!

Balanço do ano mostra um ano virado do avesso. Confira as canções favoritas do blog em 2015 e nos ajude a torcer para que no Ano Novo a loucura continue apenas na música

Mais um ano que acaba. Ao contrário dos anos anteriores, 2015 encerra-se deixando um gosto levemente amargo na boca. Assim como aquele vinho ruim que demora pra ser digerido, vai ser difícil por para baixo o ano de 2015 e há quem diga que as consequências dessa má digestão poderão durar até 2017, talvez mais.

Alabama Shakes, um dos loucos bons de 2015

Rubber Soul, um disco para a vida adulta

Álbum dos Beatles de 1965 completa 50 anos

Tento evitar posts com datas comemorativas de bandas e discos. Nada contra celebrar 10, 30 ou 50 anos de algo relacionado à música, mas essa prática explorada por diversos veículos acaba, sem querer, mostrando erroneamente como o a boa música é algo antigo e que já não se faz mais Rock como antigamente.


Por que não ouvir Rock em Espanhol?

16a entrega do Grammy Latino nos lembra de que há muita coisa boa nos países vizinhos

Na última quinta-feira, 19, o mundo ficou conhecendo os indicados e premiados em mais uma edição do Grammy Latino, a maior premiação do mundo da música no lado pobrinho do globo. Como toda grande cerimônia que visa nomear grandes artistas em determinadas categorias, o Grammy demonstra uma importância que resulta menos em solidificar a carreira de artistas "ganhadores" e mais em ajudar a divulgar nomes pouco ou nada conhecidos pelo resto do mundo - e inclua aí o nosso Brasilzão, já que, apesar de estar incluído na premiação, não conhecemos praticamente nada do que toca nos outros países latinos.

Capa do Single Fiesta da banda Bomba Estéreo

[ESPECIAL] Postagem #600 e um Tributo à Jack Johnson!

Blog completa 600 textos de muita música boa


Pois é, meus amigos. O blog Músicas de Andarilho completa, com a postagem de hoje, nada menos que 600 textos publicados!

Pode parecer pouco comparado aos outros blogs que têm quase isso tudo de post num dia, mas considerando que não há uma equipe por trás do blog e que cada postagem tem um texto original e, na maioria das vezes, comprido (às vezes até demais, reconheço), há de se convir que não é uma marca para passar em branco.

É por isso que na postagem de hoje preparei algo diferente.

[ESPECIAL] Mamonas Assassinas, vinte anos depois

Eu era garoto quando os Mamonas Assassinas estouraram. Era jovem, mas não o bastante para não me lembrar do fenômeno em que eles se tornaram. Se a sina dos nascidos nos anos 80 e 90 foi jamais ter presenciado um Gigante do Rock enquanto ele caminhava pela Terra, os Mamonas Assassinas nos deram uma pequena demonstração do que seria ter vivido na época em que Beatles ou Jimi Hendrix lançavam suas primeiras canções e ganhavam o mundo.


[ESPECIAL] A Tábua de Esmeralda

Reflexões sobre o universo, Deus, alquimia, religião e o melhor disco de Jorge Ben


Um dos mais importantes álbuns brasileiros é, sem dúvida, "A Tábua de Esmeralda", lançado pelo mestre Jorge Ben em 1972. Artistas de praticamente todas as áreas e segmentos, músicos de todas as vertentes, sempre apontam o disco de Ben como uma fonte de inspiração e referência na música nacional. Não é por menos. O trabalho é um divisor de águas na carreira do cantor e compositor carioca, onde Ben, inspirado pela lendária Tábua de Esmeraldas, assumiu de vez seu lado místico-espiritual e passou a dedicar boa parte de suas canções à Deus, ao Cosmo e às suas próprias reflexões sobre o sentido da vida. O disco é tão icônico que merece uma análise mais completa sobre suas canções. Para isso vamos desvendar esse disco passo a passo:

[ESPECIAL] As 10 canções mais viajantes da história, de acordo com Músicas de Andarilho

ATENÇÃO: O texto a seguir não representa à Verdade Absoluta do Universo, mas apenas à opinião do Blog. Texto melhor apreciado se acompanhado de uma bela cerveja gelada.

O conceito desde blog, desde sua criação, há mais de 5 anos, foi o de reunir e comentar as canções mais viajantes já gravadas e espalhadas pelo mundo. Há muitas, centenas de milhares de músicas assim: capazes de fazer uma pessoa comum se desprender do tempo e espaço e viajar pelas infinitas dimensões e lugares sem limites da mente. Mas, como sempre, há aquelas canções que se destacam. São as melhores das melhores, o creme de la creme. O topo do ápice do pico da viagem. E aqui estão as 10 canções que fazem parte deste grupo, sem nenhuma ordem específica.

Antes que você pense que esse texto é mais um delírio de um louco e aficionado por música, saiba que as canções aqui selecionadas são fruto de centenas de horas de pesquisa e conversa com os maiores amantes da música que conheci nos bares e nas caminhadas da vida. Em suma, não trata-se do delírio de um louco. E sim de vários loucos. Então, agora relaxe e aproveite a viagem.


[ESPECIAL] A Rua


Este texto é um marco na história desse humilde blog. Logo depois que postei a última viagem sobre o Midnight Oil, percebi que aquele foi o texto de número 500. Tal marca merecia uma pequena celebração, mas como só percebi após postá-la, resolvi deixar a celebração para a viagem número 501 - a que faremos agora. Em março desde ano, o blog completou 4 anos de atividade. Como eu não sei a data exata em que ele foi criado, prefiro deixar a marcação do tempo vir com o número de postagens que o Blogger me informa tão prontamente à cada vez que acesso o painel. Completar 501 textos, embora não seja nada extraordinário, é de se levar em conta quando observamos que eles tratam puramente do bom e velho Rock And Roll. Ok, exagero quando digo "puramente", afinal há uma meia dúzia de artistas comentados que não se enquadram exatamente nesse nicho, mas nem por isso são menos importantes que os demais, ao exemplo do mestre Jorge Ben, do brother Jack Johnson e do sábio Gabriel, o Pensador - para citar apenas três. É justamente por isso que esse texto, que introduz a segunda metade de mil, será tão significativo. Sempre que meus textos fogem do Rock - gênero musical que inspirou a criação do blog - sinto-me impelido à pedir licença ao leitor que, acostumado com a cor preta e a guitarra distorcida, pode pensar que não o amo mais. Assim como o amo, também amo Rock and Roll. Mas meu coração é grande e também amo diversos outros gêneros musicais. Na verdade amo a música em si, livre de qualquer catálogo. É por isso que, a partir do texto de hoje, qualquer gênero musical será bem-vindo no blog. Este não estará mais restrito à Rock, Blues e Jazz - embora tais estilos continuarão sendo a força motriz dos textos. E sim, Beatles continuará sempre liderando as viagens. Mas vez ou outra dará às caras aqui uma canção de um universo diferente, mas tão poderosa e viajante que logo perceberemos que ela era do mesmo universo - pois só há um universo musical. Isso é apenas uma forma de eliminar a barreira que eu mesmo coloquei sobre canções que me fazem viajar tanto quanto as guitarras do ACDC, mas que nunca foram comentadas aqui. Acredito que o caro leitor que acompanha o blog à tanto tempo não se sentirá ofendido com essa sutil mudança e continuará me presenteando com suas visitas. Para inaugurar o feito, falarei de Orishas. Essa é não só a primeira viagem sobre Hip Hop e música latina como também a primeira viagem em espanhol. Veja só você que avanço. Espero não cometer nenhum erro da língua, afinal meu espanhol é exatamente do mesmo nível de uma iguana. A canção é do disco "El Kilo", de 2005. Segue a letra:


[ESPECIAL] Você é meu melhor amigo

Mestres que aparecem em formatos inesperadas

A quarta-feira de cinzas foi mais cinza aqui em casa. Logo na madrugada a velha e implacável amiga Morte no fez uma visita e levou meu cachorro pra passear. Agora o Toddy não está mais limitado à um pequeno apartamento e apenas algumas pessoas em seu círculo social. Provavelmente agora ele esteja correndo nos parques e praias celestiais na presença de outros bichinhos igualmente amados. Talvez ele até retribua um pouco do carinho que recebeu com seus colegas menos afortunados. Nesse ponto esse poodle deu sorte. E essa é minha pequena homenagem à sua passagem na minha vida e na da minha família. O som que ilustra não poderia ser outro. É do Queen, lançado em 1975 no disco "A Night at Opera". Segue a letra:



[ESPECIAL] Conheça os Beat-Alls!

Beatles redefiniu a Cultura Pop, até os desenhos animados

A maioria dos ouvintes do Rock pode compartilhar um pensamento: "não se fazem mais bandas como antigamente". Pois é... Aproveitando o ensejo, também deixo um desabafo: não se fazem mais desenhos como antigamente. Para quem não sabe, sou um amante da animação. Inclusive tenho um lado de animador frustrado e uma pós-graduação trancada no ramo, mas isso não vem ao caso. O que é importante lembrar é o quão estamos carentes de desenhos inteligentes atualmente. Nossas crianças, infelizmente, não são tão afortunadas quanto aquelas que nasceram nos anos 80 e 90. Se você, como eu faz parte desse grupo, embora não tenha tido a sorte de acompanhar a Era de Ouro do Rock, pode encontrar consolo por ter acompanhado a Era de Ouro dos Desenhos Animados.


Uma das fontes mais inportantes de animação inteligente dos anos 90 foi o canal Cartoon Network. Quem cresceu naqueles anos pode sentir saudade do Johnny Bravo, do Laboratório de Dexter e do desenho sobre o qual falarei hoje: As Meninas Super Poderosas. Mas você me pergunta: Andarilho, por quê, cazzo, falar de um desenho de meninas num blog de Rock N Roll? Apesar dessa série não ser só para meninas, a resposta é fácil: há um episódio desse desenho feito exclusivamente para beatlemaníacos. Não acredita? Então apresento-lhe agora o episódio "Conhecendo os Beat-Alls" (Meet the Beat-Alls, no original). Atenção: spoilers à seguir. Se você quer ver o episódio antes, clique aqui.

[ESPECIAL] Nação Roqueira na Kiss FM

Andarilho falando sobre Irmãos do Rock


Não percam, amanhã, sábado, dia 29 de outubro na rádio Kiss FM, minha participação no programa Nação Roqueira com o tema: Os Irmãos do Rock!

O programa passará as 15h na Kiss. Então, sintonizem na 102,1 FM ou acessem o site da Kiss para ouvir ao vivo e curtam o programa que preparamos pra todos amantes do rock.

Atualização em 31/10
Para quem perdeu, aqui está o programa na íntegra! Basta dar o play e curtir:



Cadastre-se também no Nação Roqueira, a rede social criada pela Kiss FM para compartilhamento de informações sobre o universo do rock. Mateiral é o que não falta! Ainda por cima você pode participar do programa também.

Espero que gostem ;)

[ESPECIAL] O Sol do Rock and Roll

Ele não é grande, ele não é lenda, ele não é mestre, ele é o SOL

No universo do rock existem muitos astros. Bandas Lendárias dividem o cenário com os Mestres e os Ícones andam lado a lado com os Reis. Cada um tem seu brilho próprio e sua história incrível e tudo isso serve pra compor o absolutamente complexo e gigantesco universo do rock. Mas nesse universo existe apenas UM SOL. E esse sol chama-se Ritchie Blackmore.