Tenho tudo que quero e não preciso fingir

Aproveitando a deixa de que Ozzy Osbourne confirmou uma turnê pelo Brasil ano que vem, vou viajar hoje em uma canção do Black Sabbath. Foi por causa dessa música que eu passei a gostar da banda e o disco que contém ela, o "Black Sabbath Vol. 4" (1972) é certamente meu preferido dos caras. Segue a letra:





Supernaut
(Osbourne)

I want to reach out and touch the sky
I want to touch the sun but I don't need to fly
I'm gonna climb up every mountain of the moon
And find a distant man a waving his spoon

I've crossed the ocean, turned every bend
I found the crossing near a golden rainbow's end
I've been through magic and through life's reality
I've lived a thousand years and it never bothered me

Got no religion, don't need no friends
Got all I want and I don't need to pretend
Don't try to reach me, cause I'd tear up your mind
I've seen the future and I've left it behind

Vamos à andança...

Tem música que te ganha pelo riff. Só com o riff. Apenas uma sequência de acordes repetidos que cria uma onda viajante e emocionante. Pode parecer simples, mas com certeza não é pra qualquer um criar um riff absolutamente inesquecível, como Smoke on the Water de Ritchie Blackmore ( Deep Purple ), Heartbraker de Jimmy Page ( Led Zeppelin ) ou Sweet Child O'mine do Slash ( Guns N'Roses ). Há quem tenha mais facilidade, como Angus Young ( ACDC ), mas criar uma sequencia avassaladora pra registrar na memória dos ouvintes é um trabalho pra mestres. Tony Iommi é um mestre também, e seu riff mais excelente está aqui. A distorção pesada e crua, marca registrada de Iommi, casa perfeitamente com as viradas rápidas e a aceleração do riff de Supernaut que é apresentado pelos pratos de Bill Ward na bateria. Após a primeira e monstruosa aparição do riff, a bateria entra efetivamente, junto com o baixo borbulhante de Gezzer Butler. O riff então cresce e se desenvolve enquanto Ozzy Osbourne entra agressivo, cantando uma letra que de 'super' tem de sobra: "Eu quero alcançar e tocar o céu. Quero tocar o sol, mas não preciso voar. Vou escalar todas as montanhas da lua e encontrar um homem distante que mexe sua colher". Não é pra menos. Com esse riff é pra qualquer um se sentir um super-herói capaz de tocar a lua. Além disso, Iommi ainda nos presenteia com um solo criminoso, igualmente rápido e emaranhado. Enquanto o solo come solto, o riff pesado ainda martela ao fundo, sempre presente. Outro destaque muito importante é a dupla pancada na bateria cada vez que o riff vira. É perfeito. Irretocável. Pra finalizar, há um show à parte na bateria de Ward, que parte de um solo e vai sendo gradativamente acrescido de diversos instrumentos. O ápice entrega a Iommi mais um riff e mais uma estrofe na voz bacana de Osbourne. A canção encerra com um fade-out do riff. Pensando bem, é o único modo de encerrá-la mesmo. Assim como o Supernaut da letra, o riff é impossível de ser parado. Com o fade, ele ainda ficará ecoando na sua cabeça até você tocá-la de novo ;)

Nunca ouviu?

Se torne super agora. Escute:

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