[LIVRO] Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band - Um Ano na Vida dos Beatles e Amigos

Deixem-me apresentá-los o primeiro e único Billy Shears

Um dos últimos livros que li foi o interessante "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band - Um ano da vida dos Beatles e amigos" de Clinton Heylin, presente da minha namorada. O autor, especialista em música, faz uma grande dissecação sobre esse que é considerado por muitos como um dos maiores discos da história do rock. A questão que você se coloca enquanto lê é a seguinte: o disco é realmente um fenômeno e melhor disco do quarteto ou foi uma combinação de vários fatores que culminaram em um objeto de adoração? Enquanto falamos desse incrível disco de 1967, nada melhor do que ouvir a canção título da obra. Segue a letra:




Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
(Lennon / McCartney)

It was twenty years ago today
Sergeant Pepper taught the band to play,
They've been going in and out of style,
But they're guaranteed to raise a smile,
So may I introduce to you,
The act you've known for all these years,
Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band.

We're Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band,
We hope you will enjoy the show,
Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band,
Sit back and let the evening go.

Sergeant Pepper's Lonely
Sergeant Pepper's Lonely
Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band

It's wonderful to be here,
It's certainly a thrill
You're such a lovely audience,
We'd like to take you home with us,
We'd love to take you home.

I don't really want to stop the show,
But I thought you might like to know,
That the singer's going to sing a song
And he wants you all to sing along,
So let me introduce to you
The one and only Billy Shears
And Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band.

Vamos à andança...

À primeira vista, o livro "Sgt Peppers" de Heylin pode parecer mais um belo exemplar para qualquer beatlemaníaco. Não é - que fique bem claro. A obra é mais voltada para amantes da música pop em si, do que aos amantes de Beatles. O título engana um pouco. A capa da edição original inglesa, que inclui Bob Dylan e Syd Barret entrega um pouco mais do jogo. Estamos falando do cenário musical vasto, cheio de bandas menos conhecidas do que Beatles, mas com enorme importância, inclusive para a própria criação do Sgt. Peppers. E estamos lendo o texto de um autor que não é beatlemaníaco e não se deixa levar pelo sentimentalismo cego que costuma dominar os fãs da banda. Entretanto, na tentativa de ser imparcial, Clinton acaba pecando justamente por ser Dylanmaníaco, fazendo o possível para citar a maior quantidade de vezes que for possível, Bob Dylan e seu disco "Blond on Blonde" e colocando ambos num pedestal inatingível da música - algo que muita gente vai discordar (eu, é claro, incluso). A importância de Dylan para os Beatles é inegável, fato. Lennon afirmou diversas vezes que os Beatles foram influenciados pelo poeta, principalmente nas fases do "Help! e "Rubber Soul". Entretanto, também foi Lennon quem desabafou dizendo que Dylan também foi muito influenciado pelos Beatles, mas nunca reconheceu isso. É essa é a mais pura verdade. No livro de Heylin, embora incomode o excesso de puxa-saquismo sobre Dylan, isso não chega de forma alguma a estragar o trabalho geral. Afinal, o ponto forte da obra, é justamente destrinchar o que outras bandas faziam, enquanto o FabFour passava horas a fio no estúdio criando o icônico "Sgt. Peppers". Gigantes andavam naqueles anos, e perceber o que fluia nas mãos do The Who, The Byrds, Beach Boys, The Kinks e Pink Floyd - ainda sob liderança de Syd Barret - é o mais gostoso dessa leitura. Heylin escreve muito bem, com boa dose de humor e várias piadas inteligentes no meio da narrativa. Nela, ele visa justamente jogar uma luz sobre tais bandas eclipsadas pelos Beatles, mas que com seus trabalhos ousados, psicodelia e um pouco de LSD, foram justamente as responsáveis por impulsionar Paul McCartney a absorver tais novidades e jogar tudo num disco audacioso e revolucionário. Assim surgiu o tão cultuado "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band".


O disco foi lançado com um intervalo de quase 1 ano, e a expectativa era alta. Eis que quando surge, o disco abre com uma canção arrebatadora. Começa com um barulho de uma banda afinando seus instrumentos, somado às vozes do público que os assistia. Então começa a bateria firme de Ringo Starr que prepara o campo para uma canção pesada. O peso vem também com o riff de guitarra destilando um belo hard rock até que as voz de Paul McCartney começa cantando alto e afinado: "Foi há vinte anos atrás, Sgt. Pimenta ensinou a banda a tocar, eles entraram e saíram de moda, mas está garantido despertar um sorriso. Então deixe-me apresenta-los ao ato que vocês conhecem por tantos anos". Então ele grita: "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Baaaaaaand". Nesse ponto entram os instrumentos de sopro e dão uma amostra do poder da banda do Sargento. Logo em seguida, os backing vocals de John Lennon e George Harrison sempre excelentes aparecem: "Nós somos a banda dos corações solitários do sargento pimenta, esperamos que vocês gostem do show, a banda dos corações solitários do sargento pimenta, relaxe e deixe a noite começar". O ritmo até aqui já mudou três vezes, com um rock pesado na cena de McCartney, a orquestra fazendo algo mais clássico e os backings num ritmo romântico - o trecho mais beatle até o momento - e só se passaram 60 segundos! A música é curta aliás, com só 2 minutos de duração, mas capaz de te apresentar à esse universo complexo e adorável que é a banda do Sargento Pimenta. A canção acaba com a apresentação do próximo número, na voz novamente poderosa de McCartney: "Eu realmente não quero parar o show, mas creio que vocês gostariam de saber que o cantor vai cantar uma música e ele quer que vocês cantem junto com ele. Então deixem-me apresentar, o primeiro e único Billy Shears!" Com mais um coro preciso repetindo o nome, a faixa emenda-se na próxima, With a Little Help From My Friends - que será analisada à parte num próximo texto. O fato é que apenas com essa abertura, o disco "Sgt. Peppers" já te ganha. Tudo o que ele criou de mais original está aqui: uma música conceitual, apresentando uma banda e um espetáculo (o disco em si é o espetáculo), as faixas emendadas, e até mesmo o emblemático Billy Shears, supostamente o próprio Sargento, líder da banda dos Corações, meio alter ego de Paul e encarnado por Ringo Starr na próxima canção. Um espetáculo místico é "Sgt. Peppers" e, se ao ler o livro de Clinton Heylin pode parecer que ele não era tudo isso, ao refletir depois da leitura, a verdade vem à tona: com tantas bandas geniais em ascensão numa corrida musical revolucionária, criar uma pérola como essa, é sim um marco na história ;)

Nunca ouviu?

Relaxe e deixe a música te levar pela noite. Escute:

Comentários

Parabéns pelo Blog

GOSTARIA DE COMUNICAR QUE TENHO UMA
LOJINHA VIRTUAL DE CAMISETAS DOS
BEATLES E OUTRAS BANDAS DE ROCK

www.elo7.com.br /strawberry fields shop

Aos cuidados de Antônio Barros
anthoniobarros@gmail.com