Suave

Amor latino, fervente e delirante

Você, fiel leitor e amante do Rock N'Roll já deve ter percebido que eu evito comentar sobre músicas muito famosas. Talvez seja até por isso que você aprecia meu blog. Ou, pensando bem, talvez seja por isso que você raramente visita o site. Mas o fato é que as canções queridinhas do público nem sempre são as melhores e mais viajantes obras. Aliás quase sempre a proporção é inversa. Mas, como eu disse uma vez no post da One do U2, há canções altamente comerciais mas que são de fato incríveis e sensacionais. É quase impossível não viajar nessas pérolas. O lado bom é que você, caro leitor, já conhece a música que vou falar hoje. E espero que isso ajude-o a viajar ainda mais no texto e na canção. A obra é do Santana, parte do disco "Supernatural", de 1999. Segue a letra:




Smooth
(Shur/Thomas)

Man it's a hot one
Like seven inches from the midday sun
I hear you whisper and the words melt everyone

But you stay so cool
My muñequita, my spanish harlem Mona Lisa

You're my reason for reason
The step in my groove

And if you say this life ain't good enough
I would give my world to lift you up
I could change my life to better suit your mood
Cause you're so smooth

And it's just like the ocean under the moon
Well that's the same as the emotion that I get from you
You got the kind of lovin that can be so smooth
Give me your heart, make it real
Or else forget about it

I'll tell you one thing
If you would leave it would be a crying shame
In every breath and every word I hear your name calling me out
Out from the barrio, you hear my rhythm from your radio
You feel the turning of the world so soft and slow
Turning you round and round

And if you say this life ain't good enough
I would give my world to lift you up
I could change my life to better suit your mood
Cause you're so smooth

And it's just like the ocean under the moon
Well that's the same as the emotion that I get from you
You got the kind of lovin that can be so smooth
Give me your heart, make it real
Or else forget about it

Vamos à andança...


Smooth é uma das obras definitivas do Santana. Fato. Quase todo mundo conhece. E quem conhece certamente vai à loucura com a guitarra frenética que logo nos primeiros segundos te põe pra cima como se tivesse te colocado num foguete fabricado pela Lamborghini. A bateria de Rodney Holmes também merece nota de honra pela apresentação breve, porém essencial que faz para a guitarra. São também as pancadas nos pratos e bumbos que colocam o ritmo numa pegada forte e delirante. Santana é um nome associado ao nosso querido México - país que, Deus me ajude, ainda vou visitar em breve - e é dessas bandas da América Central que sai um dos ritmos mais gostosos e excitantes de ouvir. A mistura com a sonoridade local - mais precisamente os ótimos trompetes - confere às canções da banda todo um ambiente caribenho noturno. Não dá pra ouvir Santana e não se imaginar num bangalô à beira do mar, com luzes coloridas e pessoas felizes numa dança caliente hipnotizante. As próprias artes dos discos dos caras também remetem à esse universo maravilhoso contido na América Latina (veja a foto acima, por exemplo). Com Smooth não poderia ser diferente. Temos então o já citado ritmo delirante comandado pela guitarra absurda de Carlos Santana adicionado à mais um ingrediente secreto: Rob Thomas, frontman do Matchbox 20, é o convidado da vez para emprestar sua voz pra pérola. É graças à essa mistura entre a guitarra e a voz de Thomas que Smooth se torna tão épica. É praticamente um dueto, afinal a guitarra do músico mexicano só falta falar. A letra, outro ponto para Rob Thomas, é mais um ponto altíssimo. É uma canção de amor, mas como tudo que remete ao ritmo latino, aqui as declarações tradicionais são trocadas por um flerte malandro e o romantismo dá espaço pro erótico e fervoroso de uma boa paixão. Na ponte, um dos melhores momentos da obra, Rob canta impecável: "E se você me disser que sua vida não é boa o bastante eu te daria o meu mundo pra te colocar pra cima. Eu poderia mudar toda minha vida pra me encaixar melhor no seu estilo. Pois você é tão suave!" Aqui a invocação ao título chama uma virada poderosa, onde a bateria mais uma vez se sobressai. Com a guitarra sempre aguda e violenta ao pé do ouvido, Thomas agora canta: "É como o oceano abaixo da lua - é a mesma emoção que eu sinto por você. Você tem o jeito de amor que é tão suave". Aqui, uma pausa estratégica pro encerramento perfeito: "Me dê seu coração, vamos tornar isso real ou vamos esquecer tudo de uma vez". Não podia ser melhor. Combina com precisão cirúrgica com o teor da música. Pra esse tipo de conquistador não tem meio termo. Não tem enrolação. Não tem joguete. É pegar ou largar, baby. Casualmente ele está fervendo de amor por essa garota, mas caso ela não queira, posso muito bem imaginar o cara indo pra outro bangalô, curtir a noitada, obviamente um pouco triste, mas nem por isso perdendo a alegria de viver. E com esse espírito maior que a vida, o ritmo vai seguindo até o final com a ótima repetição "Or else forget about it!" e a magia mexicana se esvaindo com o fade out. Obra-prima. Pronto, falei ;)

Nunca ouviu?

Ouça aqui uma canção nada suave. Escute:

Comentários

Anônimo disse…
Essa ai é loooka !!! Lembro de assistir zilhões de vezes na MTV e no Multishow !

Boa irmão!

Fábio Brother
Andarilho disse…
Opa pode crer brother!! Vc foi um dos primeiros caras que eu vi pirando nessa música, hahahah.. Valeu pela visita, aquele abssss