[LANÇAMENTO] Red Hot Chili Peppers' I'm With You

I'm With You chega trazendo o que o Red Hot Chili Peppers faz melhor: se reinventar

Quando o Red Hot Chili Peppers lançou seu último disco, "Stadium Arcadium", em 2006, muita gente achou que o álbum, apesar de duplo, não era bom o suficiente. A maior parte dos ouvintes e fãs da banda alegaram que ali não havia o verdadeiro Red Hot. Poucos fãs perceberam que a banda evoluía com os anos, com a troca de integrantes e, é claro, com as diversas novas influencias e que "Stadium Arcadium", não poderia soar melhor, vindo na sequencia do que foi apresentado em "By The Way" e "Californication". Cinco anos depois, a banda anuncia um novo disco. A expectativa novamente é grande, catalizada por mais um fator fundamental: a saída de John Frusciante do elenco, artista que nos últimos anos gozou do posto de "Melhor Guitarrista dos últimos 20 anos". Em seu lugar, um novato: Josh Klinghoffer, conhecido unicamente por já acompanhar o quarteto em suas turnês. Se "Stadium Arcadium" não recebeu os créditos que merecia, o que dizer de um novo disco sem o poderoso guitarrista? Em meio a esse tipo de pergunta, saiu "I'm With You", o décimo disco de estúdio dos Red Hot Chili Peppers. E é aqui que muita gente vai se surpreender novamente. Para acompanhar a leitura, uma bela obra do disco. Segue a letra:




Look Around
(Kieds / Flea / Smith / Klinghoffer)

woo!
stiff club, its my nature,
custom love is the nomenclature.
turn down mass confusion,
hit the road because we just keep cruisin’.
double my fun, double my vision,
long hard look at my last decision.
hustle here, hustle there,
hustle me bitch and you best beware.

it’s emotional and i told you so,
but you had to know so i told you.
soft walk to horizon,
one big crash that no one dies in.
this for the folks in pay-it-ville,
it’ll come true if you say it will.

look around, look around, look around
all around, all around, all around
look around, look around, look around
all around, all around, all around

it’s emotional and i told you so,
but you had to know so i told you.
please don’t look right through me,
Find More lyrics at www.sweetslyrics.com
hurts my heart when you do that to me.
street lights out my window,
city may breeze gonna stroke my skin though.
just a lot of words on an old brick wall,
rob a lot of banks got a pedigree scrawl.
put my peg into your square,
run around like we just don’t care.

look around, look around, look around
all around, all around, all around
look around, look around, look around
all around, oh yeah ah
woo!

move it ah gotta get ya, wanna getcha
move it ah gotta get ya, gonna getcha

look around, look around, look around
all around, all around, all around
look around, look around, look around
all around, oh yeah ah

Vamos à andança...

O fato é que a cabeça da banda nunca foi John Frusciante. Por mais virtuoso e criativo que o guitarrista seja, quem sempre deu as caras ao Red Hot foi a dupla Flea e Anthony Kieds. Ambos os membros, os únicos permanentes desde a criação da banda são os mestres por trás de tanta criatividade e tanta evolução. São eles que souberam inovar e se reinventar com a sonoridade dos bateristas e guitarristas que por ali passaram. São eles que nunca decepcionaram os fãs. "I'm With You" soa exatamente como deveria soar. Uma nova evolução de "Stadium Arcadium", seguindo novas diretrizes criativas (influenciados também por Klinghoffer, é claro), mas sem perder a base Funk descontraída tão querida pelo público. Flea continua debulhando com o baixo no disco todo, criando a base empolgante para a maioria das músicas, como a abertura vigorosa de Monarchy of Roses. Nela o baixo galopa enquanto Kieds abre com seu jeito maroto e costumeiro de cantar. A excelente obra seguinte, Factory of Faith, mostra o caminho seguido pela banda, lembrando bastante outras pérolas dos últimos discos como By The Way e Fortune Faded. Assim soa também Brendan's Death Song, uma balada mais grudenta e comercial - e ainda assim excelente - na mesma linha de Californication. O single lançado meses atrás, Adventures of Rain Dance Maggie, é de fato um dos pontos altos do disco, com Flea mais uma vez em um de seus melhores momentos, criando um balanço firme que, mesmo com todas viagens do grupo, sempre permeia a peça. Viagem é o que não falta nas composições, cheias de instrumentação de nível altíssimo e na produção do grande Rick Rubin, já velho parceiro dos Peppers. Todas essas viagens não deixam as raízes do grupo de lado, com letras psicodélicas, sobre amor, vida, morte, sexo e tudo o mais. Prova disso é Did I Let You Know, em que o grupo conta com um vocal de apoio agudo/afeminado, detalhe que fez toda a diferença em obras como Knock me Down e If You Have do Ask, do início da carreira da banda e aqui não poderia sair melhor.


Mas talvez o ápice do álbum fique com Look Around, uma obra rápida, enérgica e instigante, com boa dose da bateria e baixo formando a base para as destiladas ligeiras de Klinghoffer e para o vocal de Kieds. Falando em bateria, Chad Smith também continua competente como sempre, e nessa canção é ele quem destrói, ao lado de Flea, numa harmonia incrível. Ele acerta em cheio nas pancadas em horas de mais animação ou criando batidas leves nas caídas, tudo com muita criatividade, fruto das apresentações do músico com seu supergreupo Chickenfoot. O refrão é simples: Kieds repete incansável: "All around, all around", porém num balanço ótimo e permeado por palmas! Sensacional de ouvir. A ponte é igualmente revigorante, e há uma caída em que a composição baixo + bateria + guitarra te fazem sonhar - sem ninguém atropelar o outro, ou querer se sobressair. Aqui temos sinergia. Não há briga entre as partes, apenas multiplicação, isso vai até o fim, com vocalizações repetindo os versos densos. Sem pontos baixos, "I'm With You" é mais uma bela viagem com a qual o quarteto californiano nos presenteia. Mas aceitar o presente depende de unicamente de quem o recebe. Então se você é do grupo de fãs que não gostou de "Stadium Arcadium", provavelmente não verá nada demais nesse novo projeto. Agora se você acompanhou a evolução criativa de um grupo único que, como todo bom artista, gosta de crescer, inovar, absorver tudo de bom que vê e transformar isso em música boa, esse presente você nunca vai esquecer ;)

Nunca ouviu?

Agora pare de olhar em volta. Escute:

Comentários

Anônimo disse…
Review incrivel cara, parabens. O unico detalhe é que o RHCP na conta com vocais femininos nas musicas citadas. em "Did I Let you Know" é Josh Klinghoffer que canta com sua voz angelical. Nas outras musicas, John Frusciane com sua voz incrivel. Paraben pela critica que deixa de lado somente o fato do John sair da banda, e uma qu valoriza o trabalho do grande Josh Klinghoffer, que até alguns anos atras era do cenario Undergound.
Andarilho disse…
Valeu pela dica, já arrumei o texto. Realmente a voz do Josh é bem angelical, haha.. O Frusciante fazia uns agudos incríveis nos backing mas sempre com o quê de zueira. Enfim, os guitarristas são diferentes mas ambos são muito bons. Abraço