Canção de ninar

Depois do leve recesso de feriado, cujo qual foi um sucesso pra mim e espero que também para vocês, trago uma sonzeira que escutei esses dias e que me lembra bons feriados ;) É do The Cure, uma banda que até uns anos atrás eu não colocaria aqui por nada, mas isso eu explico mais abaixo. Faz parte do disco "Desintregate", de 1989. Segue a letra:





Lullaby
(Smith / Gallup / O'Donnell / Thompson / Williams)

On candy stripe legs the Spiderman comes
Softly through the shadow of the evening Sun
Stealing past the windows of the blissfully dead
Looking for the victim shivering in bed

Searching out fear in the gathering gloom
And suddenly a movement in the corner of the room
And there is nothing I can do when
I realize with fright
That the Spiderman is having me for dinner tonight

Quietly he laughs and shaking his head
Creeps closer now, closer to the foot of the bed
And softer than shadow and quicker than flies
His arms are all around me and his tongue in my eyes
Be still be calm be quiet now my precious boy
Don't struggle like that or I will only love you more
For it's much too late to get away or turn on the light
The Spiderman is having you for dinner tonight

And I feel like I'm being eaten
By a thousand million shivering furry holes
And I know that in the morning
I will wake up in the shivering cold
And the Spiderman is always hungry

Vamos à andança...

O motivo de The Cure ter um dia feito parte da minha lista de "Bandas que eu não pretendo escutar jamais" é simples: eu não ia com a cara da banda. Não curtia (nem curto ainda) a voz do vocalista Robert Smith - muito menos seu visual desnecessariamente estranho; não ia com a cara das temáticas meio melodramáticas e obviamente detesto Boys Don't Cry. Mas calma. Não fiz esse post pra detonar com os caras, afinal, se a banda veio parar aqui é por quê provou-me seu valor e me fez viajar, assim como faz muitos fãs viajarem. Acontece que depois de anos evitando escutar a banda, um dia finalmente dei uma chance pros caras e ouvi uma coletânea. Fudeu. Não posso mentir que viajei em todas - TODAS - as músicas. Nesse quesito não há o que negar e The Cure é altamente viajante. De quebra ainda ficaram registrados num momento especial e me trazem boas lembranças. Como lullaby foi a primeira música deles que realmente prestei atenção, e a grande responsável pela aceitação da banda, resolvi falar sobre ela. O que mais chamou a atenção desde o começo é a guitarrinha suavemente dedilhada acompanhada da bateria e do baixo altamente entrosados - um dos verdadeiros pontos fortes da banda. É uma daquelas músicas que pode-se deixar como ambiente. O único problema é que no ambiente ninguém interagirá com os outros, pois estarão todos em transe. Mérito disso, quem diria, é Smith fazendo uma voz sussurrante, afinal ele canta uma "canção de ninar" tão macabra quanto um nosso "boi da cara preta". Ele descreve o terror causado por um monstro meio homem meio aranha que o persegue em sonhos. Aliás, "sonho" é algo que descreve bem a sensação de ouvir essa canção. É pra dormir, sonhar e viajar, mas sem pesadelos, por favor ;)

Nunca ouviu?

Só cuidado com a aranha-humana. Escute:

Comentários

Vagno Fernandes disse…
Fla Brother, The Cure é uma banda estranha para pessoas mais estranhas ainda, ahahaha, brincadeira. Tem que ver o contexto dos caras meu, anos 80 só naquela época isso era permitido. A banda ressurgiu agora num "mundo estranho", então nada mais natural que sua música soe esquisita. Pelo menos pra mim atualmente, é só isso que há, bandas esquisitas, hehe. Abs.