Saindo do túnel em direção à luz
No quesito viagem, poucas bandas se quiparam ao Pink Floyd. O quarteto inglês tem como matéria-prima básica boas doses de surrealismo e delírios sonoros que não deixam nenhum ouvinte indiferente. Uma das primeiras músicas deles que me fez pegar uma auto-estrada atemporal foi a High Hopes, presente no disco "The Division Bell" de 1994. Talvez só a capa do mesmo já valha uma viagem - confira abaixo (e clique para aumentar). Enquanto aprecia, que tal ouvir esse som? Segue a letra:
High Hopes
(Gilmour/Samson)
Beyond the horizon of the place we lived when we were young
In a world of magnets and miracles
Our thoughts strayed constantly and without boundary
The ringing of the division bell had begun
Along the Long Road and on down the Causeway
Do they still meet there by the Cut?
There was a ragged band that followed in our footsteps
Running before times took our dreams away
Leaving the myriad small creatures trying to tie us to the ground
To a life consumed by slow decay
The grass was greener
The light was brighter
When friends surrounded
The nights of wonder
Looking beyond the embers of bridges glowing behind us
To a glimpse of how green it was on the other side
Steps taken forwards but sleepwalking back again
Dragged by the force of some inner tide
At a higher altitude with flag unfurled
We reached the dizzy heights of that dreamed of world
Encumbered forever by desire and ambition
There's a hunger still unsatisfied
Our weary eyes still stray to the horizon
Though down this road we've been so many times
The grass was greener
The light was brighter
The taste was sweeter
The nights of wonder
With friends surrounded
The dawn mist glowing
The water flowing
The endless river
Forever and ever
Vamos à andança...
O famoso disco ao vivo do Pink Floyd, "P.U.L.S.E" lançado também em 1994 traz em seu lado A uma versão muito fiel ao disco de High Hopes. Com o vídeo do show, entretanto a viagem é ainda mais encrementada pelas imagens surrealistas do clipe da canção no telão. No vídeo há cenas de executivos engravatados caminhando em um gramado, usando capas gigantescas que planam em uma posição cuja física tradicional não permitiria. Mas física é justamente o que não importa aqui. Pink Floyd toca justamente pra te permitir fazer coisas impossíveis. Voar é apenas uma delas. Em High Hopes você também viaja no tempo, muda de cenários com apenas uma virada nos versos, aumenta de tamanho e se transforma em qualquer coisa. A peça começa com um sino solitário, emocionante. Quem passa a acompanha-lo é um piano levemente macabro, comandado por Richard Wright. O começo tem tom de suspense. Parece um thriller cinematográfico. Ajuda também David Gilmour que começa a cantar com sua voz em tom sério e grave: "Além do horizonte, no lugar em que vivíamos quando jovens, em um mundo de magnetismo e milagres, nossos pensamentos emanavam constantemente e sem fronteiras. O soar do sino da divisão começou". A estrofe termina com a mensão ao título do disco "The Division Bell", numa performance arrepiante do cantor. É bonito de ouvir, ao mesmo tempo em que é tenso. E esse tom continua até o refrão, quando uma virada poderosa troca a base por acordes de violão rápidos e a voz de Gilmour passa a ser mais lírica e suave - famosa em Wish You Were Here, por exemplo. Esse refrão é um show à parte na música, com o cantor declamando emocionante: "A grama era mais verde. As luzes eram mais brilhantes. Com amigos por perto. As noites maravilhosas". Depois da primeira aparição do refrão, logo caimos de volta ao clima sombrio do início. O sino continua martelando incessantemente. Sua mente entretanto é levada novamente, sobretudo pelo baixo de Guy Pratt, substituindo Roger Watters muito bem. A música proguide com os acordes de violão numa escalada quase de Everest. Quando sobe e culmina no refrão de novo, em vez de cair nas sombras mais uma vez, somos levados pelo solo de guitarra longo e incrivelmente suave de Gilmour. Note que esse agora não sentimos mais tensão. Não há mais medo. Enquanto viajamos no solo, o que dá pra sentir é apenas leveza. Tudo foi lavado e ficou só alegria. Isso é ter Altas Esperanças. É olhar pro horizonte como mais um curioso personagem do clipe e simplesmente sorrir ;)
Nunca ouviu?
Tenha esperanças agora. Escute:
No quesito viagem, poucas bandas se quiparam ao Pink Floyd. O quarteto inglês tem como matéria-prima básica boas doses de surrealismo e delírios sonoros que não deixam nenhum ouvinte indiferente. Uma das primeiras músicas deles que me fez pegar uma auto-estrada atemporal foi a High Hopes, presente no disco "The Division Bell" de 1994. Talvez só a capa do mesmo já valha uma viagem - confira abaixo (e clique para aumentar). Enquanto aprecia, que tal ouvir esse som? Segue a letra:
High Hopes
(Gilmour/Samson)
Beyond the horizon of the place we lived when we were young
In a world of magnets and miracles
Our thoughts strayed constantly and without boundary
The ringing of the division bell had begun
Along the Long Road and on down the Causeway
Do they still meet there by the Cut?
There was a ragged band that followed in our footsteps
Running before times took our dreams away
Leaving the myriad small creatures trying to tie us to the ground
To a life consumed by slow decay
The grass was greener
The light was brighter
When friends surrounded
The nights of wonder
Looking beyond the embers of bridges glowing behind us
To a glimpse of how green it was on the other side
Steps taken forwards but sleepwalking back again
Dragged by the force of some inner tide
At a higher altitude with flag unfurled
We reached the dizzy heights of that dreamed of world
Encumbered forever by desire and ambition
There's a hunger still unsatisfied
Our weary eyes still stray to the horizon
Though down this road we've been so many times
The grass was greener
The light was brighter
The taste was sweeter
The nights of wonder
With friends surrounded
The dawn mist glowing
The water flowing
The endless river
Forever and ever
Vamos à andança...
O famoso disco ao vivo do Pink Floyd, "P.U.L.S.E" lançado também em 1994 traz em seu lado A uma versão muito fiel ao disco de High Hopes. Com o vídeo do show, entretanto a viagem é ainda mais encrementada pelas imagens surrealistas do clipe da canção no telão. No vídeo há cenas de executivos engravatados caminhando em um gramado, usando capas gigantescas que planam em uma posição cuja física tradicional não permitiria. Mas física é justamente o que não importa aqui. Pink Floyd toca justamente pra te permitir fazer coisas impossíveis. Voar é apenas uma delas. Em High Hopes você também viaja no tempo, muda de cenários com apenas uma virada nos versos, aumenta de tamanho e se transforma em qualquer coisa. A peça começa com um sino solitário, emocionante. Quem passa a acompanha-lo é um piano levemente macabro, comandado por Richard Wright. O começo tem tom de suspense. Parece um thriller cinematográfico. Ajuda também David Gilmour que começa a cantar com sua voz em tom sério e grave: "Além do horizonte, no lugar em que vivíamos quando jovens, em um mundo de magnetismo e milagres, nossos pensamentos emanavam constantemente e sem fronteiras. O soar do sino da divisão começou". A estrofe termina com a mensão ao título do disco "The Division Bell", numa performance arrepiante do cantor. É bonito de ouvir, ao mesmo tempo em que é tenso. E esse tom continua até o refrão, quando uma virada poderosa troca a base por acordes de violão rápidos e a voz de Gilmour passa a ser mais lírica e suave - famosa em Wish You Were Here, por exemplo. Esse refrão é um show à parte na música, com o cantor declamando emocionante: "A grama era mais verde. As luzes eram mais brilhantes. Com amigos por perto. As noites maravilhosas". Depois da primeira aparição do refrão, logo caimos de volta ao clima sombrio do início. O sino continua martelando incessantemente. Sua mente entretanto é levada novamente, sobretudo pelo baixo de Guy Pratt, substituindo Roger Watters muito bem. A música proguide com os acordes de violão numa escalada quase de Everest. Quando sobe e culmina no refrão de novo, em vez de cair nas sombras mais uma vez, somos levados pelo solo de guitarra longo e incrivelmente suave de Gilmour. Note que esse agora não sentimos mais tensão. Não há mais medo. Enquanto viajamos no solo, o que dá pra sentir é apenas leveza. Tudo foi lavado e ficou só alegria. Isso é ter Altas Esperanças. É olhar pro horizonte como mais um curioso personagem do clipe e simplesmente sorrir ;)
Nunca ouviu?
Tenha esperanças agora. Escute:
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