Lições pesadas sobre Resignação
Ausioslave é daquelas bandas que infelizmente tem poucos discos, mas você pode pegar qualquer um e ouvir tranquilamente sem pular nenhuma faixa. Já fazia tempo que eu queria falar sobre essa canção, do disco "Revelations" (2006) e agora que tenho ouvido bastante esse álbum pra me encher de boas energias e vibrações, chegou a hora de viajar um pouco nele. Segue a letra:
Shape Of Things To Come
(Cornell)
Well it's late in the hour
And a few more grains of sand will fall
On the colourful flowers
Have grown upon the dust and moss
Now I feel the worst is near
I hold them close and count their years
And pray a ray of light appears
To shine down on us here
Break down in the shape of things to come
But I'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's not ours to break
The shape of things to come
There's a crack in the clouds
But only for a moment now
Like an eye looking out, in blue skies -
Finds the roads we will go down
I wonder what they hold for us
I hold my family to my breast
I feel the worst and hope the best
Will come to see us blessed
Break down in the shape of things to come
But I'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's not ours to break
The shape of things to come
Given one more try, wonder what I'd change?
I won't deny the thought is strange...
I've done my best and I will lay no blame myself
Break down in the shape of things to come
But i'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's my ice to break
The shape of things to come
The shape of things to come
The shape of things to come
Vamos à andança...
Um dos pilares da Ataraxia e do Budismo, duas correntes das quais sou adepto, é a Resignação. Muitas vezes essa forma de encarar a vida pode soar como fraqueza e comodidade. Pessoas que tem dentro de si uma constante revolução fervendo jamais aceitariam calmamente as coisas que nos são impostas. Eu concordo com elas. Não podemos abaixar a cabeça pra tudo que o governo, a mídia ou outras pessoas nos obrigam a fazer. Mas há alguém com quem não adianta argumentar, a menos que você esteja disposto a passar o resto da vida chorando: o universo. Pare pra pensar em quantas escolhas você faz num dia qualquer. Você pode ir trabalhar com a camisa azul ou a branca. Pode ir de metrô ou pegar um ônibus. Você pode tomar café em casa ou perto do trabalho. Pode até deixar de ir ao trabalho por que está doente ou tem uma entrevista no mesmo dia. Para cada uma dessas pequenas decisões, milhões de consequências são criadas não só para você próprio mas para pessoas que você nem conhece. Agora multiplicando isso pelo número de pessoas que afetam direta ou indiretamente nossas vidas, temos aí uma imensa e bagunçada teia de acontecimentos. O fato de você parar pra amarrar o cadarço na rua pode fazer com que um sujeito ganhe na loteria, do outro lado da cidade. É nisso em que baseia-se a Teoria do Caos. É aí também que situa-se a resignação. Não é apenas abaixar a cabeça. É receber o que a vida te dá, seja bom ou ruim e fazer o seu melhor com aquilo. Um homem resignado sabe que não adianta reclamar do ladrão que levou seu telefone e o fez perder uma entrevista, do infeliz que bateu em seu carro e o fez se atrasar pra uma reunião ou da garota que não quis mais sair com ele sem aparente explicação. Um mestre resignado lembrará, quando conseguir um bom emprego, que deve agradecer ao ladrão que levou seu celular e evitou que ele perdesse tempo com uma entrevista para o emprego errado. Ser resignado não é ser inativo. Pelo contrário. É reagir sempre de forma positiva em qualquer situação. É receber uma batida de carro, mas entender que provavelmente existem grandes chances de essa batida trazer consequências futuras positivas, mesmo que jamais presenciadas. Quem pode dizer se você não teria atropelado alguém caso a batida não tivesse acontecido? Não temos controle sobre o que nos acontece. O universo é implacável. Seja humilde. Entenda que o plano não está em suas mãos. Ouça as palavras sábias do Audioslave na voz absolutamente inspiradora de Chris Cornell: "Não tenho controle sobre o que está por vir. Vou me movendo como um soldado e digo que tudo foi dito e feito. Não cabe a nós o controle das coisas que estão por vir". Temos controle apenas sobre nossos esforços, mas não sobre os resultados. Como diria Sócrates, o mestre Guerreiro Pacífico: "Faça o melhor que puder e deixe que Deus faça o resto". Ouça o riff pesado e violento de Tom Morello e perceba como funciona o universo. Não há justiça. A vida não é como uma novela em que tudo sempre dá certo, porque na verdade nem existe certo e errado. No que você puder fazer, faça o melhor, mas não há garantias. Coisas boas e ruins podem acontecer de qualquer jeito. Aliás, para um cara resignado as coisas não são mais boas ou ruins. São apenas "coisas". Não há sorte ou azar. Não se iluda. Ouça as pancadas de Brad Wilk, viaje num refrão alongado e emocionante, mas saiba que a música vai acabar uma hora. O bom nesse caso é que basta dar o play novamente ;)
"Podemos ficar zangados com as situações, podemos reclamar e amaldiçoar o destino, mas no final temos que aceitar"
(Benjamin Button)
Nunca ouviu?
Dê o play. É inevitável. Escute:
Ausioslave é daquelas bandas que infelizmente tem poucos discos, mas você pode pegar qualquer um e ouvir tranquilamente sem pular nenhuma faixa. Já fazia tempo que eu queria falar sobre essa canção, do disco "Revelations" (2006) e agora que tenho ouvido bastante esse álbum pra me encher de boas energias e vibrações, chegou a hora de viajar um pouco nele. Segue a letra:
Shape Of Things To Come
(Cornell)
Well it's late in the hour
And a few more grains of sand will fall
On the colourful flowers
Have grown upon the dust and moss
Now I feel the worst is near
I hold them close and count their years
And pray a ray of light appears
To shine down on us here
Break down in the shape of things to come
But I'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's not ours to break
The shape of things to come
There's a crack in the clouds
But only for a moment now
Like an eye looking out, in blue skies -
Finds the roads we will go down
I wonder what they hold for us
I hold my family to my breast
I feel the worst and hope the best
Will come to see us blessed
Break down in the shape of things to come
But I'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's not ours to break
The shape of things to come
Given one more try, wonder what I'd change?
I won't deny the thought is strange...
I've done my best and I will lay no blame myself
Break down in the shape of things to come
But i'm moving on like a soldier
And I say now when all is said and done
It's my ice to break
The shape of things to come
The shape of things to come
The shape of things to come
Vamos à andança...
Um dos pilares da Ataraxia e do Budismo, duas correntes das quais sou adepto, é a Resignação. Muitas vezes essa forma de encarar a vida pode soar como fraqueza e comodidade. Pessoas que tem dentro de si uma constante revolução fervendo jamais aceitariam calmamente as coisas que nos são impostas. Eu concordo com elas. Não podemos abaixar a cabeça pra tudo que o governo, a mídia ou outras pessoas nos obrigam a fazer. Mas há alguém com quem não adianta argumentar, a menos que você esteja disposto a passar o resto da vida chorando: o universo. Pare pra pensar em quantas escolhas você faz num dia qualquer. Você pode ir trabalhar com a camisa azul ou a branca. Pode ir de metrô ou pegar um ônibus. Você pode tomar café em casa ou perto do trabalho. Pode até deixar de ir ao trabalho por que está doente ou tem uma entrevista no mesmo dia. Para cada uma dessas pequenas decisões, milhões de consequências são criadas não só para você próprio mas para pessoas que você nem conhece. Agora multiplicando isso pelo número de pessoas que afetam direta ou indiretamente nossas vidas, temos aí uma imensa e bagunçada teia de acontecimentos. O fato de você parar pra amarrar o cadarço na rua pode fazer com que um sujeito ganhe na loteria, do outro lado da cidade. É nisso em que baseia-se a Teoria do Caos. É aí também que situa-se a resignação. Não é apenas abaixar a cabeça. É receber o que a vida te dá, seja bom ou ruim e fazer o seu melhor com aquilo. Um homem resignado sabe que não adianta reclamar do ladrão que levou seu telefone e o fez perder uma entrevista, do infeliz que bateu em seu carro e o fez se atrasar pra uma reunião ou da garota que não quis mais sair com ele sem aparente explicação. Um mestre resignado lembrará, quando conseguir um bom emprego, que deve agradecer ao ladrão que levou seu celular e evitou que ele perdesse tempo com uma entrevista para o emprego errado. Ser resignado não é ser inativo. Pelo contrário. É reagir sempre de forma positiva em qualquer situação. É receber uma batida de carro, mas entender que provavelmente existem grandes chances de essa batida trazer consequências futuras positivas, mesmo que jamais presenciadas. Quem pode dizer se você não teria atropelado alguém caso a batida não tivesse acontecido? Não temos controle sobre o que nos acontece. O universo é implacável. Seja humilde. Entenda que o plano não está em suas mãos. Ouça as palavras sábias do Audioslave na voz absolutamente inspiradora de Chris Cornell: "Não tenho controle sobre o que está por vir. Vou me movendo como um soldado e digo que tudo foi dito e feito. Não cabe a nós o controle das coisas que estão por vir". Temos controle apenas sobre nossos esforços, mas não sobre os resultados. Como diria Sócrates, o mestre Guerreiro Pacífico: "Faça o melhor que puder e deixe que Deus faça o resto". Ouça o riff pesado e violento de Tom Morello e perceba como funciona o universo. Não há justiça. A vida não é como uma novela em que tudo sempre dá certo, porque na verdade nem existe certo e errado. No que você puder fazer, faça o melhor, mas não há garantias. Coisas boas e ruins podem acontecer de qualquer jeito. Aliás, para um cara resignado as coisas não são mais boas ou ruins. São apenas "coisas". Não há sorte ou azar. Não se iluda. Ouça as pancadas de Brad Wilk, viaje num refrão alongado e emocionante, mas saiba que a música vai acabar uma hora. O bom nesse caso é que basta dar o play novamente ;)
"Podemos ficar zangados com as situações, podemos reclamar e amaldiçoar o destino, mas no final temos que aceitar"
(Benjamin Button)
Nunca ouviu?
Dê o play. É inevitável. Escute:
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Kátia