Dois shows pra te inspirarem a curtirem o lado bom da vida
A Cia Filarmônica já vem se apresentado há 1 ano no Teatro Gazeta, em plena Avenida Paulista nas noites de quinta-feira, mas só fiquei sabendo graças à minha mãe que, como muitos queridos amigos e parentes, sempre se lembra de mim quando o assunto é Beatles, afinal sou provavelmente o maior e mais louco beatlemaníaco que eles conhecem.
E, após conferir o grupo tocando Beatles, fui surpreendido por uma proposta muito bacana: um desconto de 50% para quem quisesse assistir A Música do Cinema na semana seguinte. Assim, acabei conferindo os dois espetáculos musicais do grupo.
Gostei muito dos dois shows e, mesmo sendo completamente imparcial quando o assunto é Beatles, não saberia dizer qual dos dois foi melhor.
Beatles segundo a Cia Filarmônica
Ao ouvir falar na "Cia Filarmônica" confesso que esperava uma orquestra enorme com diversos músicos e um maestro ao centro conduzindo a peça. Na verdade trata-se de um grupo de músicos - bastante talentoso, é certo - mas quase tão enxuto quanto o próprio Fab Four. Se considerarmos que a banda de Lennon, McCartney, Harrison e Starr quase sempre recorria à outros músicos para completarem obras complexas como A Day in The Life, While My Guitar Gently Weeps e Across the Universe, então a Cia Filarmônica faz jus ao grupo, com seu quarteto base, adicionado de um tecladista, um violinista e um violoncelista que realmente fazem a diferença nos arranjos de obras primas como Eleanor Rigby, Let it Be e Hey Jude.
Há diversas bandas que tocam Beatles de forma impecável, mas o que diferencia a Cia Filarmônica, além da dupla de cordas extra (violino e violoncelo, algo raro e bonito de achar hoje em dia), é o espetáculo quase teatral que eles oferecem. À todo momento somos convidados à partcicipar do show, seja respondendo perguntas do quarteto de animadores vestidos de Sgt Peppers, seja cantando Yesterday numa espécie de Karaokê manual engenhoso e engraçado.
Aliás a descontração é quem dita as regras nesse show e nisso, creio, os Beatles se sentiriam bastante honrados. Da grande bola inflável que percorre a plateia enquanto todos recitam Yellow Submarine até o "acompanhamento de pauzinhos" em And I Love Her, tudo nos faz rir e nos divertir com o mesmo espírito alegre e jovial que permeava as canções dos Beatles, principalmente no início da carreira.
Dessa parte do repertório, podemos dançar ao som de A Hard Day's Night, All My Loving e Help! Dá parte mais madura somos presenteados com uma bela versão de For No One, destacando-se o violino que faz as vezes de clarinete; In My Life, com destaque mais uma vez pro violino repetindo o impossivelmente rápido solo de teclado e a belíssima Golden Slumbers que traz consigo todo o bonito encerramento do disco Abbey Road. Em In The End, como não podia deixar de ser, presenciamos um solo de bateria absurdamente bem executado.
A Música do Cinema, segundo a Cia Filarmônica
Agora já devidamente preparado para o grupo enxuto que compunha a Companhia, fui surpreendido ao constatar que o vocalista era outro, assim como o baterista, o guitarrista e o violoncelista, ou seja, a Cia Filarmônica era, afinal, um grupo grande de músicos, mas que se revezam em cada apresentação.
O mais bacana foi descobrir que um dos animadores que outrora estava vestido como o Ringo Starr de Sgt. Peppers, agora emprestava a voz em diversas canções emocionantes, além de entregar uma presença de palco animada e contagiante. Destaco a canção em que ele cantou as músicas de Diários de Motocicleta de forma tão inspirada quanto o filme todo foi concebido.
E de bons filmes o espetáculo estava recheado, já que agora um enorme telão trazia recortes de grandes clássicos do cinema enquanto o grupo tocava ao vivo suas inspiradoras trilhas sonoras. Não é preciso dizer que a essa combinação entre o audio e o visual é capaz de arrepiar e emocionar com a mesma eficiência do que a sala do cinema - ou até mais se você for fanático por trilhas sonoras como eu.
A Cia Filarmônica nos faz relembrar filmes queridos como Cantando na Chuva, Casablanca e Bonequinha de Luxo, além de prestar homenagens à diversos gêneros com um trecho especial sobre Suspense em que os temas de Psicose, Tubarão, Missão Impossível e outros ganham vida. Em outro momento emocionante são relembradas diversas cenas de beijos em filmes clássicos e atuais.
O ponto alto do show foi a homenagem aos filmes Western com o "tema do Assobio" de Enio Morricone ganhando vida pelo violão majestoso, a guitarra afiada e as vocalizações da banda. Ao fundo, filmes de John Wayne, Sergio Leone e Clint Eastwood servem de fundo para a canção tão emblemática e que já tem um lugar querido em nossos corações.
A versão para Say A Little Pray também resulta em lágrimas teimosas atingindo o canto do olho, com a cena de O Casamento do Meu Melhor Amigo sendo reproduzida no telão e a banda começando imediatamente quando o restaurante todo começa a cantar na película. Incrível!
Apesar de notar-se um grande carinho na seleção de canções e trechos de filmes, senti que faltaram muitos temas bacanas, sobretudo de filmes populares e de trilha tão conhecida como Star Wars e Superman ou recentes como O Senhor dos Anéis e Pulp Fiction. Aliás, esse é um defeito não só deste espetáculo, mas também do que homenageia Beatles: ambos são curtos demais: apenas uma hora e meia de delírios e emoções.
Afinal, presenciando tamanha alegria e talento musical é normal querer ficar, cantar, dançar e se emocionar mais e mais com aquelas canções tão queridas ecoando e repetindo ;)
Serviço
Beatles e a Música do Cinema segundo a Cia Filarmônica de São Paulo
Toda quinta-feira (alternando-se os shows), as 21h
Teato Gazeta, Avenida Paulista 900
Ingressos na Bilheteria: R$60 inteira e R$30 meia.
Indo em qualquer um dos shows, você compra para o outro por metade do preço.
Mais informações no Facebook da banda
A Cia Filarmônica já vem se apresentado há 1 ano no Teatro Gazeta, em plena Avenida Paulista nas noites de quinta-feira, mas só fiquei sabendo graças à minha mãe que, como muitos queridos amigos e parentes, sempre se lembra de mim quando o assunto é Beatles, afinal sou provavelmente o maior e mais louco beatlemaníaco que eles conhecem.
E, após conferir o grupo tocando Beatles, fui surpreendido por uma proposta muito bacana: um desconto de 50% para quem quisesse assistir A Música do Cinema na semana seguinte. Assim, acabei conferindo os dois espetáculos musicais do grupo.
Gostei muito dos dois shows e, mesmo sendo completamente imparcial quando o assunto é Beatles, não saberia dizer qual dos dois foi melhor.
Beatles segundo a Cia Filarmônica
Ao ouvir falar na "Cia Filarmônica" confesso que esperava uma orquestra enorme com diversos músicos e um maestro ao centro conduzindo a peça. Na verdade trata-se de um grupo de músicos - bastante talentoso, é certo - mas quase tão enxuto quanto o próprio Fab Four. Se considerarmos que a banda de Lennon, McCartney, Harrison e Starr quase sempre recorria à outros músicos para completarem obras complexas como A Day in The Life, While My Guitar Gently Weeps e Across the Universe, então a Cia Filarmônica faz jus ao grupo, com seu quarteto base, adicionado de um tecladista, um violinista e um violoncelista que realmente fazem a diferença nos arranjos de obras primas como Eleanor Rigby, Let it Be e Hey Jude.
Há diversas bandas que tocam Beatles de forma impecável, mas o que diferencia a Cia Filarmônica, além da dupla de cordas extra (violino e violoncelo, algo raro e bonito de achar hoje em dia), é o espetáculo quase teatral que eles oferecem. À todo momento somos convidados à partcicipar do show, seja respondendo perguntas do quarteto de animadores vestidos de Sgt Peppers, seja cantando Yesterday numa espécie de Karaokê manual engenhoso e engraçado.
Aliás a descontração é quem dita as regras nesse show e nisso, creio, os Beatles se sentiriam bastante honrados. Da grande bola inflável que percorre a plateia enquanto todos recitam Yellow Submarine até o "acompanhamento de pauzinhos" em And I Love Her, tudo nos faz rir e nos divertir com o mesmo espírito alegre e jovial que permeava as canções dos Beatles, principalmente no início da carreira.
Dessa parte do repertório, podemos dançar ao som de A Hard Day's Night, All My Loving e Help! Dá parte mais madura somos presenteados com uma bela versão de For No One, destacando-se o violino que faz as vezes de clarinete; In My Life, com destaque mais uma vez pro violino repetindo o impossivelmente rápido solo de teclado e a belíssima Golden Slumbers que traz consigo todo o bonito encerramento do disco Abbey Road. Em In The End, como não podia deixar de ser, presenciamos um solo de bateria absurdamente bem executado.
A Música do Cinema, segundo a Cia Filarmônica
Agora já devidamente preparado para o grupo enxuto que compunha a Companhia, fui surpreendido ao constatar que o vocalista era outro, assim como o baterista, o guitarrista e o violoncelista, ou seja, a Cia Filarmônica era, afinal, um grupo grande de músicos, mas que se revezam em cada apresentação.
O mais bacana foi descobrir que um dos animadores que outrora estava vestido como o Ringo Starr de Sgt. Peppers, agora emprestava a voz em diversas canções emocionantes, além de entregar uma presença de palco animada e contagiante. Destaco a canção em que ele cantou as músicas de Diários de Motocicleta de forma tão inspirada quanto o filme todo foi concebido.
E de bons filmes o espetáculo estava recheado, já que agora um enorme telão trazia recortes de grandes clássicos do cinema enquanto o grupo tocava ao vivo suas inspiradoras trilhas sonoras. Não é preciso dizer que a essa combinação entre o audio e o visual é capaz de arrepiar e emocionar com a mesma eficiência do que a sala do cinema - ou até mais se você for fanático por trilhas sonoras como eu.
A Cia Filarmônica nos faz relembrar filmes queridos como Cantando na Chuva, Casablanca e Bonequinha de Luxo, além de prestar homenagens à diversos gêneros com um trecho especial sobre Suspense em que os temas de Psicose, Tubarão, Missão Impossível e outros ganham vida. Em outro momento emocionante são relembradas diversas cenas de beijos em filmes clássicos e atuais.
O ponto alto do show foi a homenagem aos filmes Western com o "tema do Assobio" de Enio Morricone ganhando vida pelo violão majestoso, a guitarra afiada e as vocalizações da banda. Ao fundo, filmes de John Wayne, Sergio Leone e Clint Eastwood servem de fundo para a canção tão emblemática e que já tem um lugar querido em nossos corações.
A versão para Say A Little Pray também resulta em lágrimas teimosas atingindo o canto do olho, com a cena de O Casamento do Meu Melhor Amigo sendo reproduzida no telão e a banda começando imediatamente quando o restaurante todo começa a cantar na película. Incrível!
Apesar de notar-se um grande carinho na seleção de canções e trechos de filmes, senti que faltaram muitos temas bacanas, sobretudo de filmes populares e de trilha tão conhecida como Star Wars e Superman ou recentes como O Senhor dos Anéis e Pulp Fiction. Aliás, esse é um defeito não só deste espetáculo, mas também do que homenageia Beatles: ambos são curtos demais: apenas uma hora e meia de delírios e emoções.
Afinal, presenciando tamanha alegria e talento musical é normal querer ficar, cantar, dançar e se emocionar mais e mais com aquelas canções tão queridas ecoando e repetindo ;)
Serviço
Beatles e a Música do Cinema segundo a Cia Filarmônica de São Paulo
Toda quinta-feira (alternando-se os shows), as 21h
Teato Gazeta, Avenida Paulista 900
Ingressos na Bilheteria: R$60 inteira e R$30 meia.
Indo em qualquer um dos shows, você compra para o outro por metade do preço.
Mais informações no Facebook da banda
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